Bebé a chegar, quarto para preparar

Um dos aspetos que não pode falhar na hora de planear o quarto de bebé são os elementos a ter e a disposição dos mesmos

Decorar o espaço para receber um recém-nascido já não é o que era. Os clássicos azul ou rosa foram substituídos por cores e temáticas neutras. Mas também importa preparar cada canto para todas as necessidades do bebé e da mãe.

A preparação do quarto para a chegada de uma criança é motivo de entusiasmo, mas pode acabar por ser quase uma dor de cabeça. A preocupação para que tudo esteja perfeito é grande. Mas há regras e dicas a seguir que podem ajudar a decidir os elementos, a sua disposição, as cores e até os materiais. Tudo a pensar no bem-estar do bebé, mas também nas necessidades dos pais.

Sendo o quarto um espaço de descanso e a maternidade uma fase com tantas preocupações, o primeiro passo é pensar em “criar um ambiente harmonioso e equilibrado, que transmita serenidade tanto ao bebé como a quem cuida dele”. O conselho é da arquiteta Catarina Alves, com o sublinhado de que ambientes pesados e cores fortes devem ser evitados.

Responsável pelo ateliê de arquitetura e design de interiores CATE, Catarina Alves afirma que, para seguir a regra do ambiente calmo no quarto, a tendência é “criar, cada vez mais, ambientes neutros, que obedeçam a uma paleta de cores mais leve e menos vinculativa”. Brancos, beges ou cinzentos são das cores mais utilizadas. Mesmo quando os clientes procuram alguma cor, há propensão “para a escolha de tonalidades pastel, como o rosa, o amarelo, o verde ou até o castanho”.

Podemos escolher temas ligados ao imaginário de uma criança, sem que sejam pesados ou demasiado vinculativos
Catarina Alves
Arquiteta

“O típico quarto azul ou rosa está a ser substituído por outros tons, como verde, amarelo ou tijolo, de forma a ser unissexo”, justifica Filipa Cunha, que acredita que este fenómeno facilita, principalmente, os “pais que queiram juntar irmãos de sexos diferentes”. A decoradora de interiores salienta que, além das cores versáteis, também os materiais o devem ser, sugerindo a utilização de “tecidos laváveis e papéis de parede com padrões pequenos”.

No entanto, o ambiente neutro não se aplica apenas à paleta de cores. Também os materiais de acabamento natural, como as madeiras, as jutas, as palhinhas, “que tornam o ambiente mais sereno e tranquilo”, têm tido, nas palavras de Catarina Alves, uma grande procura. “Já no campo dos padrões facilmente podemos ver geométricos, florais ou vegetalistas a serem utilizados em quartos, que na verdade poderiam também ser adaptados para escritórios ou salas.” Assim, a regra da versatilidade é indispensável para a arquiteta do ateliê CATE.

E a versatilidade, lembra Catarina Alves, também está presente quando se opta por não utilizar temáticas infantis. “Podemos escolher temas e introduzir algumas referências ligadas ao imaginário de uma criança, sem que sejam pesados ou demasiado vinculativos.” Apesar dos tons, materiais e padrões neutros e harmoniosos, a arquiteta realça não ser possível definir um estilo principal nas tendências. Atualmente, “estamos perante uma mistura de estilos, na qual conseguimos ver quartos de bebé com peças de mobiliário antigo ou outros que despertam o nosso imaginário mais selvagem e natural”.

O típico quarto azul ou rosa está a ser substituído por outros tons
Filipa Cunha
Decoradora de interiores

Outro aspeto que não pode falhar na hora de planear o quarto de bebé são os elementos a ter e a disposição dos mesmos. Filipa Cunha reforça que é importante “pensar não só no bebé, mas também na mãe”. Assim, o quarto deve apresentar quatro secções distintas, segundo as suas funções: dormir, cuidar, arrumar e brincar. Sem nunca esquecer, nota a decoradora de interiores, de um espaço destinado para a amamentação, como um cadeirão, que deve ser incorporado na secção do “cuidar”. Com uma disposição definida, tanto as tarefas com o bebé como a organização e a arrumação serão facilitadas.

De modo geral, o quarto deve ser sempre pensado “numa ótica mais evolutiva”, ou seja, explica Filipa Cunha, deve estar preparado para facilmente acompanhar o crescimento da criança. Assim, o espaço deve primar pelas peças básicas, que consigam ser adaptadas ao crescimento, como camas ou secretárias extensíveis, “e dar um toque mais infantil nos detalhes, como puxadores, quadros ou almofadas”, que rapidamente podem ser substituídos segundo o gosto da criança à medida que cresce. A arquiteta Catarina Alves corrobora, assinalando que, dessa forma, se evitam “investimentos em renovações a cada dois ou três anos”. O essencial passa por opções que tenham “um prazo de validade mais prolongado”, remata.