Autocuidado, o caminho para dias mais felizes (e produtivos)

Conhecer os limites, por exemplo, é uma importante forma de autocuidado

A definição é da própria Organização Mundial de Saúde: trata-se da “capacidade individual de promover e manter a saúde, prevenir e lidar com doenças com ou sem o apoio de um profissional”. Ou a derradeira prova de que, também em contexto de trabalho, os pequenos mimos podem fazer toda a diferença.

Primeiro, o autoconhecimento
Se quisermos ser rigorosos, o primeiro passo do autocuidado pode muito bem ser o autoconhecimento. Quantas vezes estamos convencidos de que algo nos faz bem e acabamos a constatar o contrário? E quantas vezes percebemos, ao fim de tanto tempo, que algo que sempre tínhamos descurado pode afinal contribuir para melhorar sobremaneira os nossos dias? Nesta perspetiva, o coaching pode ser um bom ponto de partida. Para clarificar ideias.

Um espaço agradável
Se se quer sentir bem no seu local de trabalho, precisa, antes de mais, de criar um espaço que o faça sentir-se em paz. Isso pode passar por dar uma grande arrumação na secretária, por ter sempre à mão aqueles post-its que o ajudam a manter o trabalho organizado ou mesmo por levar uma pequena moldura com uma foto de família, para que se possa inspirar nos momentos de maior desgaste.

Pausas sagradas
Não importa se está a preparar o trabalho mais importante do último mês. Não há desculpas para passar mais do que duas horas sentado à secretária sem tirar os olhos do computador. Entre dirigir-se a um colega para comentar o programa de ontem à noite, fazer um telefonema para a família ou saborear uma peça de fruta enquanto vai circulando pelo escritório, (quase) tudo vale para desligar por uns minutos. Se possível, aproveite as pausas para alongar. As suas costas vão agradecer.

Leve snacks
Se é daqueles que se embrenha de tal forma no trabalho que até se esquece de comer, mais vale ter sempre na gaveta uns quantos snacks, para garantir que não vai acabar a passar longas horas em jejum. Uma garrafa de água de litro e meio em cima da secretária também é imprescindível. Além, claro, de uma alimentação saudável (ver págs. 56 e 57).

Caminhe, não se esqueça
Se pega no carro mal sai de casa e só o larga à porta do trabalho, se almoça mesmo ao lado da empresa, se nem sequer tem o hábito de ir ao ginásio, esta dica é particularmente relevante: reserve sempre um período do dia para andar a pé. Uma simples caminhada de 20 minutos ao final da tarde, ou mesmo depois de jantar, pode fazer maravilhas para a ajudar a controlar a ansiedade e a dormir melhor.

Pessoas que são tudo
Nos dias que correm, o conceito de “work life balance” é cada vez mais importante. Por isso, se puder, reserve pelo menos um dia da semana para sair mais cedo, para brincar com o seu filho, longe da correria de todos os dias. Marque semanalmente um almoço com o amigo que sabe que o vai fazer rir. Aqui e ali, saia de casa um pouco mais cedo para poder tomar um pequeno-almoço relaxado e bem-disposto com a sua cara-metade. Sentir que a vida não é só trabalho vai ajudá-lo.

Um mimo por dia
Depois, são as pequenas coisas que confortam de mansinho. Aquela massagem tailandesa que marcou para o final da tarde, o passeio da hora de almoço pela zona de que tanto gosta, com uma boa música a acompanhar, o livro que vai lendo na agradável esplanada que descobriu perto do trabalho, o doce preferido que ajuda a enfrentar aquele dia tão difícil. Porque reservar tempo para si também é importante.

Saiba dizer não
Conhecer os limites é uma importante forma de autocuidado. Saber dizer não também. Porque se já está sobrecarregada e ainda lhe querem dar mais coisas para fazer, tem mesmo de conseguir impor-se. Sob pena de se afundar aflitivamente em doses insuportáveis de trabalho. E lá se vai o “work life balance”.

E porque não um profissional?
Seja porque o seu trabalho implica doses sobre-humanas de pressão, porque está a atravessar uma fase difícil do ponto de vista pessoal ou simplesmente porque anda altamente desmotivado, falar com um psicólogo pode ser uma ótima ajuda. Tanto que em vários países os serviços de saúde mental já são um “bónus” comum nos contratos profissionais. Se ainda não é o seu caso, pode sempre procurá-lo a título pessoal.