As cheias, o realojamento das famílias e a final do Mundial

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Foi uma semana de caos e mau tempo em vários territórios nacionais. Eu tive a minha terceira inundação em pouco mais de um mês. O que é ótimo, porque com o meu cartão de pontos da Câmara Municipal de Lisboa já estou quase a ganhar uma boia em forma de flamingo.

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De repente, toda a gente aprendeu a prestar atenção ao pantone de cores do IPMA e da Proteção Civil, sobretudo aos vermelhos. Ou, como dizem os quatro eleitores do CDS, os encarnados.

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Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, garante que “todas as famílias” desalojadas “terão respostas no quadro dos programas do Governo”. Haja uma vez em que o Governo se preocupa com os nómadas plebeus, em vez dos nómadas digitais.

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É hoje a final do Mundial de futebol do Catar. Depois, o que será que vão fazer com aqueles estádios todos? Uma espécie de Coliseu para atirarem aos leões os homossexuais e as mulheres que usam tops da Bershka?

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À hora a que escrevo, especula-se que Mourinho pode vir a ficar com o lugar de Fernando Santos. Deixamos de ter quem leve uma mala de porão cheia de maços de cigarros, mas talvez paguemos excesso de bagagem pelo ego.

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Muita gente ainda está incrédula por termos sido afastados por Marrocos. Será que dá para abraçar a tradição do adversário e ir regatear? Em vez de 1-0, fica 3-1 para nós e ainda levamos um kaftan?

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Um estudo da Organização Mundial de Saúde sobre o comportamento dos jovens entre os 11 e os 15 anos revela que 28% dos adolescentes portugueses se sentem infelizes. É um número alarmante, mas suspeito que possa piorar com a idade. Até a tristeza anda a ter inflação.

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O Governo vai entregar a um milhão de famílias mais vulneráveis, até ao final do ano, uma nova prestação extraordinária, no valor de 240 euros. Valor que, atualmente, dá para um peito de frango, três curgetes e um pack de iogurtes de stracciatella.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 18 de dezembro – número 1595 – da “Notícias Magazine”]