Violino: masceu mal-amado mas impôs-se pela sonoridade divinal

É o mais agudo dos instrumentos de cordas friccionadas

Quando apareceu, o violino até chegou a ser proibido por causa do som estridente que produzia. Os mais famosos valem uma fortuna.

Não foi amor à primeira vista, mas singrou. A história do violino começou aos tropeções – até chegou a ser proibido pelo som demasiado agudo e estridente -, mas aquele instrumento do século XVI acabaria por impor-se nas atividades palacianas do Renascimento e marcar a história da música para sempre.

Durante anos, a arte de fabricar estes instrumentos foi dominada e aprimorada pelas famílias de luthiers italianos. António Stradivarius é o nome que logo surge quando se fala em violinos. Foi o mestre mais conceituado e deixou o legado mais valioso, pela beleza mas sobretudo pela sonoridade. A qualidade do som é de tal forma superior à dos congéneres que até motivou um estudo aprofundado sobre a composição dos instrumentos.

Resultado: tudo indica que o tratamento químico feito para preservação da madeira antes de ser esculpida seja o segredo da extraordinária sonoridade dos Stradivarius. Já poucos exemplares restam destes famosos violinos e os que há estão nas mãos de colecionadores ou de músicos que pagam verdadeiras fortunas por eles.

Está provado cientificamente que a música liberta dopamina no nosso corpo, uma das substâncias associadas ao prazer e ao relaxamento. E a melodia divinal do violino é certamente uma das responsáveis por essa reação química que provoca a sensação de bem-estar.

É o mais agudo dos instrumentos de cordas friccionadas, que incluem a viola, o violoncelo e o contrabaixo, e foi desenhado para ser uma extensão do corpo humano. Tem as formas de uma mulher, pequena e bem delineada. E não há de ser por acaso que é difícil de dominar e que desafina com facilidade.