A pandemia adiou casamentos que agora se realizam com menos pessoas, acabando por influenciar a imagem da noiva. Atualmente, elegância rima com conforto na escolha do vestido perfeito para aquele dia memorável.
Com menos convidados e ao ar livre, os casamentos voltaram à agenda, ainda com restrições impostas pela pandemia, mas sem hipotecar o desejo de quem planeou um dia de sonho. As noivas mantêm o papel principal e, segundo especialistas na área, a escolha da indumentária acaba por ser influenciada pelos tempos atípicos que se vivem no Mundo inteiro, mesmo que o branco continue a imperar.
Nesta estação, com o país ainda a desconfinar, as propostas primam pela “versatilidade”. Ou seja, “vestidos que se transformem de alguma forma, ficando mais leves, sem nunca deixarem de parecer um verdadeiro vestido de noiva”, assegura a designer Pureza Mello Breyner. No seu ateliê, em Lisboa, nota que, depois de as noivas estarem dois meses e meio em casa, impossibilitadas de experimentar vestidos – só faziam reuniões por videochamada -, “as provas e escolhas têm sido feitas mais em cima da hora”.
Verónica Cristóvão também assina criações exclusivas, por isso, é com “alguma antecedência” que a procuram no seu espaço em Matosinhos, se bem que reconheça que tem tido “noivas que decidiram casar mais em cima da hora”. Este ano, a designer constata que “estão cada vez mais preocupadas em vestir algo que as deixe confortáveis ao longo do dia”. Além disso, “estão a optar por peças soltas para poderem mudar de look ao longo do dia e que, muitas vezes, possam ser recicladas para utilizar em outras ocasiões”, acrescenta. Entre as suas criações, conta com macacões que se combinam com capas amovíveis, distinguindo-se pelo arrojo e elegância na imagem final.
A partir da Trofa, a estilista Micaela Oliveira adapta o desejo aos gostos e pretensões da cliente, sublinhando que, nesta estação, “as noivas serão bastante mais despojadas”: “Os vestidos continuam muito sensuais, com mais rendas, deixando de parte os volumes e os brilhos. A preferência vai para o estilo mais inocente, muito ligado à essência, com linhas românticas e com inspiração ‘Boho chic’, emprestando liberdade aos movimentos”.
Dividido entre o Porto, a sua base, e Lisboa, onde reúne grande parte do trabalho, Gio Rodrigues aponta também para “vestidos de noiva mais fluidos e esvoaçantes, adequados aos décors exteriores dos casamentos na atualidade”.
Os preços variam muito e não só de modelo para modelo, dependem dos tecidos selecionados, dos destaques e acabamentos. Por o atendimento ser personalizado, a escolha adapta-se ao orçamento, mas há opções idílicas a partir dos 1 500 euros. Como salienta o criador Diogo Miranda, “é complicado dar uma tabela de preços, principalmente quando falamos de moda de autor, porque os vestidos são todos feitos de raiz, com tecidos nobres, de forma a torná-los únicos e especiais”. No seu caso, “podemos dizer que começam nos 2 500 euros e vão até aos 7 500 euros”, com as noivas a elegeram o que mais as favorece, independentemente do que ditam as tendências.
Algumas marcas propõem ainda máscaras para as noivas a condizer com os vestidos, para que as regras sejam cumpridos com elegância e à medida do que se descreve como “novo normal”.