Sem preconceitos, os homens já usam vernizes como traço de personalidade. O que começou por ser uma causa afirma-se cada vez mais como uma tendência sem género.
Mais do que homens ou mulheres, há pessoas e uma moda crescentemente democrática a confirmar que os vernizes não têm género. Muitas mãos masculinas exibem unhas pintadas, uma tendência inspirada pelo movimento “Polished Man”, lançado em outubro de 2016 como símbolo de luta contra a violência sobre crianças e jovens.
A pretexto da campanha, várias figuras públicas masculinas e muitos anónimos exibiram, nas ruas e nas redes sociais, uma unha pintada, mas rapidamente o verniz passou a abranger “a mão toda”, como relata César Manicuro. No espaço onde trabalha em Albufeira, o técnico de unhas tem três homens entre os clientes e dois fazem manicure com cor.
“O preto, o cinzento, o castanho e o branco” estão entre as cores mais vistas. Mas há também “aqueles que gostam de designs como linhas, pontos ou desenhos”. Para César Manicuro, o verniz “serve ainda para mostrar ao Mundo que cada um faz o que quer”.
Na última edição do Portugal Fashion, vários homens mostraram-se de unhas pintadas, não só na passarela, como nos bastidores. Foi o caso do maquilhador profissional José Pedro Mota, cujas unhas se destacavam com esmalte preto enquanto pintava os olhos de uma jovem manequim. Diz que as usa como expressão da sua personalidade e defende a liberdade de o homem ostentar unhas artísticas e menos discretas, derrubando quaisquer preconceitos.