Vacinar crianças contra a covid-19: sim ou não?

Se há pediatras que são contra a vacinação desta faixa etária, outros defendem a inoculação dos mais novos

Marta Temido, ministra da Saúde, confirmou já a inoculação dos jovens entre os 16 e os 18 anos, bem como a vacinação dos 12 aos 15 em crianças que tenham comorbilidades. Falta ainda perceber se o processo será alargado à totalidade desta faixa etária. A decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS) deve ser conhecida em breve.

O ponto em que estamos
A task force da vacinação já garantiu ter a logística preparada para arrancar com a vacinação universal das crianças entre os 12 e os 15 anos no fim de semana de 21 e 22 de agosto. No entanto, o processo só avança caso haja luz verde da DGS, que a 21 de julho pediu mais duas semanas para definir uma posição.

Como está a ser nos outros países
EUA, Israel, França, Alemanha, Itália, Áustria e Suíça são exemplos de países que decidiram vacinar a partir dos 12 anos. No caso da China, a inoculação começa a partir dos três. No Reino Unido, serão vacinados apenas menores com problemas de saúde que constituam risco acrescido.

“A ideia é fazer a vacinação em dois fins de semana […] e durante a semana ter a casa aberta para estes jovens”
Almirante Gouveia e Melo
Coordenador da task force da vacinação

Opiniões divergentes
Se há pediatras que são contra a vacinação desta faixa etária, alertando até para o risco de surgimento de miocardites e pericardites, outros defendem a inoculação dos mais novos por funcionarem como incubadoras do vírus. E contrapõem que o número de casos de problemas cardíacos é muito escasso.

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Mortes por covid-19 em Portugal, entre os 0 e os 19 anos. Desde o início da pandemia, foram detetados perto de 150 mil casos nestas faixas etárias.