Se há 11 meses, quando o primeiro caso de covid-19 foi oficialmente confirmado na Europa, se anunciasse que o ano não acabaria sem que a população europeia começasse a ser imunizada, soaria a quimera própria de um otimismo incontido. Mas a ciência mobilizou-se como nunca e o horizonte mais risonho fez-se arrebatadora realidade no dia 27 de dezembro.
A tão sonhada vacina para a covid-19 chegou quase em simultâneo aos 27 países da União Europeia – quase, porque Hungria, Alemanha e Eslováquia se anteciparam e começaram o processo um dia antes -, mesmo que com políticas diferentes: uns optaram por imunizar primeiro os profissionais de saúde, outros apontaram para os idosos e houve até quem começasse pelo primeiro-ministro. O simbolismo, esse, foi comum: a esperança de que os dias negros da pandemia possam, por fim, passar à História.