Um regresso às aulas que se faz online e aos solavancos

Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação

Depois de duas semanas de interrupção de atividades letivas, os alunos portugueses voltaram na última segunda-feira às aulas, remotamente e com uns quantos problemas por resolver. Grande parte dos computadores prometidos pelo Governo estão ainda em falta e a tarifa social da internet só deve avançar a partir de junho.

100 mil
O número aproximado de computadores que chegaram às escolas no decorrer do primeiro período. O Governo garantiu entretanto a compra de 435 mil portáteis, mas a maior parte ainda não chegou. E a cifra continua distante dos 1,2 milhões de equipamentos prometidos pelo primeiro-ministro, António Costa.

300 mil
Os estudantes que não têm computador próprio para acompanhar as aulas à distância, segundo estimativa da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

“As escolas foram as últimas a fechar e têm de ser das primeiras infraestruturas a abrir”
Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Educação

Vendas a título particular disparam
Enquanto os portáteis prometidos pelo Governo tardam a chegar, a compra destes equipamentos a título particular dispara. Na plataforma KuantoKusta, a procura aumentou 77% no espaço de uma semana. No site OLX, o crescimento chegou aos 80%. Em algumas zonas do país, já há ruturas de stock.

Tarifa social da Internet a marinar
O Governo anunciou em abril que pretendia avançar com uma tarifa social de internet que garantisse o acesso às famílias mais desfavorecidas, mas a medida foi sendo sucessivamente adiada e só deve avançar em junho, perto do final do ano letivo.

Operadoras reforçam rede
Para responder às crescentes necessidades de utilização da internet impostas pelo regresso do ensino online (a juntar ao teletrabalho), as operadoras de telecomunicações garantem já ter reforçado a rede. A MEO estima um aumento do tráfego de dados na ordem dos 9%.