Susana Romana

Testes para ir à tasca, Olimpíadas sem público e as eleições no Benfica

Rubrica "Partida, largada, fugida", por Susana Romana.

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Tendo sido fim-de-semana, espero que o leitor tenha tido a sorte de ganhar aquele que é o novo Euromilhões: conseguir marcar um teste covid numa farmácia para poder ter certificado e assim poder ir à tasca descansado. Garanto, é mais difícil acertar com a narina na zaragatoa nestas 48 horas concorridas do que nos seis números e duas estrelas.

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Na próxima sexta, começam as Olimpíadas, em Tóquio, sem público. Vai ser uma aldeia olímpica mais triste, já que com as restrições não se prevê aquele forrobodó que levava à distribuição de preservativos à discrição. Com uma só tacada combate-se covid, sífilis e herpes.

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Depois do que se passou com os adeptos ingleses na final do Euro, tenho curiosidade em saber se também vão ameaçar de morte o lançador de martelo negro ou a cavaleira de dressage de origem indiana que deixem escapar a medalha de ouro – ou se o racismo se vai manter como uma das lindas tradições do futebol, ao nível da roulotte de bifanas.

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Vou estar a torcer por uma boa prestação da comitiva portuguesa. Até vos digo mais: o meu sonho era que ganhassem tantas medalhas que as trouxessem para casa num saco do Pingo Doce cheio, como o Rei dos Frangos – o amigo do Luís Filipe Vieira – que guardava cerca de 200 mil euros num saco de plástico desse supermercado. Juro que não inventei isto. Não sou assim tão talentosa.

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Este dinheiro foi detetado aquando das buscas da Operação “Cartão Vermelho” na sociedade Avibom, em Torres Vedras. Foram encontrados, ao todo, mais de 1,1 milhões de euros em dinheiro vivo. Acho bonito, porque o meu dinheiro, entre contas e impostos que efetivamente pago, morre depressa.

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No meio de todo o caos que tem pautado as últimas semanas do clube, o Benfica decidiu ir a eleições antecipadas ainda em 2021. Espero que venha aí uma direção que permita mais paz ao clube. Um tal de José Sócrates é benfiquista e está com imenso tempo livre, por exemplo.

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Cuba está nas ruas. Os dias têm sido marcados pelos maiores protestos das últimas décadas, convocados sobretudo através das redes sociais. Acho impressionante, até porque a minha experiência de vida é que as pessoas nunca aparecem nos eventos a que aceitaram ir no Facebook.

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O clima em Cuba é de desespero, com a crise económica agudizada pela pandemia e a forte contestação a Díaz-Canel. Será desta que o país muda de rumo? Credo, espero que não, porque ainda há imensos turistas que não viram a Havana vintage que fica tão bem nas fotos. Aguentem até a Abreu fazer umas promoções, se faz favor. Quem passa fome há tanto tempo aguenta mais um verão com a Dieta das 31 Filas de Racionamento.