As t-shirts da Émoi e a inspiração asiática

Paula Carvalho, designer de roupa da Émoi

Produzidas por quem quer trazer um pedaço da cultura oriental para Portugal, as t-shirts da Émoi prometem alegrar os dias de quem as usa. Cores fortes, desenhos animados e frases em vietnamita são a imagem da marca produzida em Esposende.

Depois de mais de um ano a viver no sudeste asiático e de um regresso forçado devido à pandemia, nem a escrita das aventuras num blogue de viagens livrou Paula Carvalho do aborrecimento. E foi do tempo livre e das saudades da cultura que tinha deixado para trás que, no início do ano, nasceu a Émoi, uma marca de t-shirts largas, coloridas e que procuram transmitir alegria.

Paula Carvalho é uma nortenha que sempre adorou viajar. Sem poder voltar onde era feliz, tentou trazer a cultura asiática às t-shirts portuguesas. A produção é local, na mesma cidade onde cresceu, Esposende.

A cor é o ponto forte da marca, que arranca comentários de “irreverente” e “arrojada” pelas redes sociais. A jovem de 30 anos diz que o “intuito é colocar sorrisos nos rostos e transformar as ruas em locais mais coloridos”. Explica que o lado alegre e cheio de bonecos é uma parte da cultura vietnamita que poucos conhecem, principalmente quando se vai apenas de passeio. Mas, “ao viver lá, é fácil perceber que estes são elementos presentes na rotina tradicional”, diz, salientando que os bonecos semelhantes aos que desenha nas camisolas são comuns, por exemplo, na decoração do interior das casas.

O nome da marca não poderia ser mais associado ao Vietname, sendo uma expressão típica utilizada para chamar alguém. “Sempre que ouço ‘Émoi’, seja onde for, sei que estou a ouvir um vietnamita a falar”, conta.

“Gosto muito de cães”, “Sou uma ovelha” ou “Dá-me um abraço” são algumas das mensagens simples, mas significativas, que podem ser encontradas nas peças. Escritas em coreano, birmanês ou vietnamita. O objetivo de Paula Carvalho era que cada cliente, depois de adquirir uma t-shirt, procurasse fazer, via internet, um amigo do outro lado do Globo que descodificasse a mensagem. “Mas a curiosidade é muita, a maioria das pessoas pergunta o significado e eu acabo por dizer”, confessa a criadora.

À primeira vista, a Émoi parece roupa de criança, o que não tem travado as vendas. A exercer marketing em termos profissionais, Paula vê a Émoi como um hobby que lhe traz alegria e entusiasmo. Não tinha grandes expectativas quanto à adesão, “pois são peças bastante diferentes do que é habitual cá”, mas o resultado tem sido positivo. A ideia é voltar para a Ásia logo que seja possível e manter a marca por cá. “Agora que todo o processo de produção está encaminhado, com ajuda de familiares”, pode manter o negócio a partir de qualquer parte do Mundo. O próximo passo é apostar na divulgação do produto junto do mercado masculino, já que atualmente a clientela é principalmente feminina.