
A variante Delta está a espalhar-se e o controlo da pandemia volta a estar em risco. Esta mutação do vírus é mais contagiosa, pode provocar mais internamentos e até reinfeções. A vacina continua a ser a melhor arma, embora já se contem algumas mortes e mais de mil infeções covid-19 em pessoas imunizadas.
Sete vacinados morreram
Pelo menos sete pessoas vacinadas morreram de covid-19. São casos de falência vacinal. Na última semana, dois idosos, utentes de lares em Mafra e em Faro, já imunizados não resistiram à infeção. Segundo a Direção-Geral da Saúde, há seis surtos ativos em lares de idosos, que correspondem a 54 casos, parte deles já recuperados.
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pessoas vacinadas foram infetadas com o vírus SARS-CoV-2 num universo de dois milhões de portugueses com a vacinação completa (0,06%), informou a Direção-Geral da Saúde no passado dia 17.
“Esperamos por todos os meios conseguir evitar fazer esses recuos [medidas mais restritivas]. Mas naturalmente que, se o contexto o exigir, teremos de o fazer”
Marta Temido
Ministra da Saúde
Reinfeções são raras
As reinfeções por covid-19 são muito raras e difíceis de confirmar. Em Portugal, as autoridades de saúde validaram apenas um caso de reinfeção em cerca de 50 suspeitos, segundo os últimos dados disponíveis. A dificuldade prende-se essencialmente com a necessidade de acesso às duas amostras do vírus que provocaram infeção, com carga viral razoável, para que se possa fazer a caracterização genética e perceber se são diferentes. Contudo, os especialistas alertam que, com a variante Delta, o risco de reinfeção aumenta.
Variante Delta vai ser dominante
Identificada pela primeira vez na Índia, a variante Delta está a percorrer o Mundo a uma velocidade estonteante e Portugal não foge à regra. Em Lisboa e Vale do Tejo, já é responsável por mais de 60% dos casos. Ainda mais transmissível do que a britânica, que no início do ano provocou a maior onda de infeções e mortes no país, esta variante vai tornar-se dominante em poucos dias, o que pode levar a um aumento das hospitalizações. Sabe-se que a vacinação completa é eficaz a evitar a doença grave, pelo que o caminho é, como assinalou a ministra Marta Temido, acelerar a imunização da população para ganhar tempo.