O "Espelho Meu" do médico intensivista, professor da Faculdade de Medicina do Porto.
Vejo bem
- A verdade, mesmo quando é dura e cruel.
- Quando me consigo rir de mim próprio e das minhas manias.
- O trabalho, mesmo quando me sinto derrotado pelo cansaço.
- Estar sentado no sofá a ler e ser constantemente interrompido pelos meus filhos.
- A coragem de lutar pelos meus doentes e pelos meus ideais.
- Não ter de acordar cedo nos poucos fins de semana livres.
- Não conseguir dizer que não a um amigo.
- Jogar futebol no campo da Afurada (agora só depois do desconfinamento…).
- O brilho nos olhos de um jovem médico interno quando sente que aquela vida também foi salva por si.
- O almoço de domingo em casa dos meus pais em que bebo religiosamente uma cerveja belga.
Vejo mal
- A mentira, mesmo quando é inocente e piedosa.
- Ao longe, por isso, uso óculos.
- A procrastinação, porque viver é decidir.
- As multas por mau estacionamento durante as férias.
- Não reconhecer o mérito.
- As discussões entre os meus gémeos por causa do futebol (o Manuel é benfiquista e o Roberto é portista).
- A falsa modéstia, vaidade suprema.
- Não fazer todas as vontades à Maria João e à minha filha Rosarinho.
- A preguiça disfarçada de inteligência.
- A reforma do King Roger.
Médico intensivista, professor da Faculdade de Medicina do Porto
43 anos