BE quer acabar com a venda da lotaria instantânea nos Correios, banir qualquer referência em todos os eventos em que participem menores e proibir publicidade de jogos e apostas, em qualquer suporte, entre as 7 e as 22.30 horas. Os dados estão lançados.
O início de tudo
A raspadinha chegou a Portugal em 1994. Em 2001, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) começava a explorar o jogo. Dois anos depois, era lançada a primeira raspadinha online. Atualmente, há cerca de 40 modelos.
Proibir, reforçar, simplificar
O projeto de resolução do BE recomenda ao Governo o reforço da regulamentação das lotarias instantâneas para minimizar os riscos ou efeitos negativos associados ao jogo patológico. Propõe a proibição da venda nos CTT e a simplificação do pedido de autoexclusão dos jogadores nos locais de venda física. O BE quer ainda proibir a publicidade a jogos e apostas, raspadinhas incluídas, entre as 7 e as 22.30 horas. E banir qualquer menção a marcas de lotarias instantâneas em atividades desportivas, culturais, recreativas ou outras com menores de idade.
“Gastamos demasiado dinheiro em raspadinhas e isso significa que o número de pessoas com problemas de jogo patológico, adição ou vício do jogo, associados a raspadinhas, também é potencialmente maior”
Pedro Morgado
Médico psiquiatra, investigador, professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho
1718 milhões de euros
foi quanto a raspadinha rendeu à SCML em 2019, mais 7,8% face a 2018. É metade das receitas totais da instituição e a sua venda não pára de aumentar desde 2010.
Portugal, o campeão da modalidade
Somos o país da Europa que mais gasta em raspadinhas. São mais de quatro milhões de euros por dia, 160 euros por pessoa/ano (em Espanha, a média ronda os 14 euros).
O perfil: mulheres e idosos
Mais de metade dos jogadores são mulheres (35-54 anos), com habilitações e rendimentos relativamente baixos. Os idosos são 17,2% do total de jogadores, segundo a SCML.
