Primavera-verão: do estilo náutico aos tons pastel

Red Valentino | Vestido | 650 euros

A primavera-verão pede roupa mais leve, com muita cor e algum arrojo. A moda apresenta novas tendências como escape pós-confinamento, mas vale apostar em sugestões intemporais.

O Mundo mudou e a forma de olhar e vestir a moda também, refletindo-se no que se vai usar na primavera-verão. As tendências anunciadas em outubro de 2019 pelo gabinete WGSN pareciam já adivinhar a pandemia que surgiu quando as propostas de designers e de marcas se apresentaram nas passarelas: a importância do activewear – que acabou por inspirar o estilo ‘comfy’ – e uma maior aposta na sustentabilidade, com predominância de matérias orgânicas na confeção do vestuário.

Atualmente, como reconhece a stylist Marta Teixeira, “é impossível não sentirmos o impacto da pandemia na moda”, quer no que respeita à “questão de conforto, como no facto de não estarmos numa época de gastar dinheiro num novo guarda-roupa”. Por isso, para a também consultora, “reinventar é a palavra-chave” e cada um, a par dos “básicos que são intemporais, pode criar as suas próprias tendências”. Marta sugere mesmo que se transforme uma t-shirt que já não se usa num crop top ou fazer ‘tie dye’ em algumas peças. O ‘tie dye’ é uma técnica artística de tingimento e também é uma tendência apontada pelo stylist Gonçalo Mello, embora de “modo mais subtil”.

Injeção de “grandes doses de cor”

Coordenador de guarda-roupa do entretenimento da TVI, Gonçalo Mello não tem dúvidas de que, nos meses mais quentes, a moda será como “um escape, injetando grandes doses de cor”. “Voltam os néones, os tons pastéis (rosa, azul, verde) bem como variadíssimos padrões como o marinheiro, o xadrez, principalmente o vichy, além do ‘tie dye’”, indica. E, “já que não pudemos abusar do glitter na passagem de ano, agora é a altura. Nesta primavera-verão, podemos apostar em tons prateados e metálicos”, acrescenta Marta Teixeira.

Relativamente às formas, os bralettes voltam a entrar na equação, mas com menos uns centímetros e “inspirados ainda mais em peças de lingerie”, destaca Gonçalo Mello. Há que ter em conta “os jeans, que se vão usar mais largos, e os tecidos em rede que surgirão em vestidos, casacos e quimonos”.

Em complementaridade, Marta Teixeira aponta para “as transparências em look total, como vestidos, ou apenas numa peça, como também por cima do biquíni numa ida à praia”. Com o calor, a minissaia e os calções curtos mantêm-se em voga e, de acordo com a especialista, “as calças com cintura descaída e com recortes arrojados e peculiares dos anos 90” estão de volta.

Para ajudar na transição de estação, “o fato de treino num look mais citadino e glamoroso” continua a usar-se sem parcimónia, garante. Blusas com mangas balão, volumosas, ou até mesmo folhos, emprestam romantismo e feminilidade aos visuais.

Nos pés, os chinelos são tendência, mas com mais estilo do que os que têm sido usados em casa. Mas há outras opções, também cómodas, como “kitten heels, sabrinas, sapatilhas multicolor, mocassins e as sandálias de velcro, também muito anos 1990”, sublinha Gonçalo Mello.

Inspiração em estrelas internacionais

Mais do que interpretar tendências, o designer Diogo Miranda prefere olhar o momento que vivemos, pegando em exemplos que tem como referências, como a modelo francesa e embaixadora da Chanel Caroline de Maigret ou a rainha Rania da Jordânia, para organizar o guarda-roupa para a primavera-verão. O criador defende a aposta “em peças com bom corte, clássicas, de tecidos nobres, intemporais, que se consigam conjugar entre elas, que possam ser compradas hoje e usadas no outono-inverno, e que passem de mãe para filha”.

As suas propostas são “um blazer com botões dourados, jeans Levi’s e camisa em seda estilo boémio com folhos”, com incidência num “jogo de cores preto/branco ou com inspiração náutica azul/branco”, mas que se “podem misturar com um vestido às flores, por exemplo”.

Diogo Miranda lembra, ainda, que se devem escolher “peças que enalteçam o corpo da mulher, cores neutras e elegantes, que mostrem as coisas boas e que tapem as menos boas, ou aquelas que não querem mostrar”. Assim, uma camisa branca oferece versatilidade “e é sempre um must-have em qualquer look” e “o clássico tailleur preto” é obrigatório no closet. Palavra de quem sabe.

Foursoul | Blusão | 79,90 euros
Diogo Miranda | Camisa | 243 euros
Arizona Love | Sandália | 120 euros
Adidas | Sapatilhas | 146 euros
Kocca | Calças | 103,14 euros
Levi’s | Calças | 131 euros
Balmain | Blazer | 1690 euros
Bershka | Sweatshirt | 25,99 euros