Preço da eletricidade, uma curva a subir a pique

Entre o início de agosto e o final da primeira quinzena de setembro, o recorde do preço grossista da eletricidade no mercado ibérico (mibel) tem sido sucessivamente reestabelecido. Na última segunda-feira, voltou a acontecer, com o valor a fixar-se nos 154,16 euros por megawatt hora (MWh). Resta perceber o impacto na fatura da luz.

As explicações
Com as fontes renováveis a serem insuficientes (a produção eólica tem sido relativamente baixa e chovendo menos a produção hidroelétrica é mais cara), torna-se necessário recorrer às centrais a gás natural. O resultado é uma maior exposição ao elevado custo desta fonte de energia. Nota ainda para o preço recorde das licenças de emissão de dióxido de carbono.

E a subida vai continuar
A Associação de Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL) antecipa que, enquanto se desenvolverem políticas de transição energética mais potentes sem que haja suficiente penetração de energias renováveis, a tendência de subida de preços se irá agravar ainda mais.

“O Governo tem uma vontade muito grande, sem qualquer promessa, de fazer com que a eletricidade não aumente”
João Pedro Matos Fernandes
Ministro do Ambiente e da Ação Climática

O consumidor é que paga? Nim
Para já, o Ministério do Ambiente e Ação Climática garante que o Governo tem “muitas almofadas” para inibir o aumento do preço da eletricidade aos consumidores no próximo ano. Em Espanha, o discurso é outro: a ministra da Transição Ecológica já avisou que a fatura da eletricidade pode disparar 25%.

368%
O aumento do preço grossista da eletricidade no mercado ibérico, quando comparado com valor registado a 1 de janeiro deste ano.