Opinião de Elvira Fortunato, cientista e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa.
O ano de 2021 acabou por ser um marco na área da investigação científica e por conseguinte na área da Ciência e ficará também conhecido pelo papel agregador da Ciência não só no caso atual da pandemia, com um feito a nível mundial jamais visto: possibilidade em se terem conseguido vacinas num espaço de tempo tão curto, facto impensável há dois anos, assim como o papel que a Ciência tem e irá ter nos problemas complexos com que nos deparamos. É cada vez mais importante o papel globalizador da Ciência e da Tecnologia, e só será com mais ciência e com mais tecnologia que se resolverão os maiores desafios que o nosso Planeta enfrenta, como combater o cancro, as alterações climáticas, proteger os nossos oceanos, viver em cidades mais verdes e garantir a saúde do solo e a alimentação, só para citar alguns.
Gostaria também de realçar o excelente trabalho feito pela atual presidente da Comissão Europeia ao ter assumido a liderança na compra e distribuição das vacinas, o que possibilitou que todos os estados-membros fossem tratados de forma igualitária. Caso isso não tivesse sido feito, tenho dúvidas se eu própria estaria aqui a escrever este texto.
Um país que não aposte no conhecimento está destinado ao fracasso! Assim, porque a Ciência só progride se soubermos partilhar e trabalhar em equipa para um objetivo comum, gostaria de dedicar este ano de 2021 à Ciência e aos cientistas, particularmente os que comigo partilham das mesmas preocupações e aspiram a fazer sempre mais e melhor, em prol de um Mundo melhor!
Finalmente, gostaria de pedir aos nossos governantes que coloquem sempre a Ciência como uma prioridade governamental, uma vez que a Ciência e a Tecnologia são os fatores decisivos para o futuro de uma nação competitiva, é isso que desejo para 2022.
Este artigo de opinião é parte integrante de um trabalho publicado na edição impressa da Notícias Magazine, em que desafiámos vários pensadores, de diferentes áreas, a lançar o ano de 2022. Elvira Fortunato abordou o ano que aí vem na perspetiva da Ciência.