Porta-chaves: bem mais do que um acumulador de chaves

(Foto: Pexels)

Hoje, são frequentemente um “recuerdo” de um local visitado. Em tempos, eram uma espécie de amuleto da sorte.

Contar a história do porta-chaves implica recuar até uns 2000 anos antes de Cristo, à antiga civilização egípcia. Pensará o leitor: mas nessa altura não havia chaves! Tem razão. Mas a origem deste objeto encontra-se ainda antes de ele servir o propósito que hoje lhe conhecemos. Os porta-chaves originais (sem chaves, pois) eram amuletos da sorte. No Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, encontra-se um dos primeiros – uma espécie de ouriço de sabão a pender de uma corda entrelaçada. Os egípcios não foram, contudo, os únicos a valerem-se desses amuletos. Os celtas, crendo que andarem com patas de coelho penduradas lhe aumentava a fertilidade, também o fizeram. E bem mais tarde, durante as duas guerras mundiais, nem os soldados lhes resistiram.

Felizmente, antes disso, a Revolução Industrial e o acesso facilitado a uma variedade de novos materiais trataram de pôr fim à prática de andar por aí com patas de animais nos bolsos. Quem também teve tudo que ver com o assunto foi o cantor americano Frederick J. Loudin, que em 1894 patenteou o primeiro sistema que permitia abrir e fechar o chaveiro, mudando de vez o rumo da vida deste objeto. No entanto, por ser negro, Loudin teve de esperar largos anos para ver o seu mérito neste processo reconhecido. E a história do chaveiro não fica completa se não nos referirmos a Henry Ford, o conhecido magnata e fundador da Ford Motor Company, que magicou a ideia de começar a fornecer, juntamente com o modelo T, um porta-chaves da marca. A inovação tinha vindo para ficar. De tal forma que ainda hoje, quando viajamos e queremos comprar um “recuerdo” para alguém, acabamos sempre tentados a trazer um.

Um dos primeiros souvenirs em forma de porta-chaves de que há memória. Data de 1893