
O papel mais e menos nobre da pinça ao longo dos séculos: ajudar bebés a nascer e arrancar confissões à força.
No laboratório, na cozinha, no gabinete de estética, no hospital, na ourivesaria, na relojoaria,…a pinça é um instrumento que está em todo o lado e, quase como uma extensão dos dedos humanos, serve múltiplas funções, umas mais nobres do que outras.
A sua utilização remonta ao Egito pré-dinástico, há mais de três mil anos a.C. Segundo desenhos encontrados em túmulos, eram usadas por artesãos para segurar panelas quentes sobre fornos. Hoje as funcionalidades são diversas e os materiais também. As pinças podem ser de madeira, para segurar tubos de ensaio durante o aquecimento direto, de metal, de plástico; podem ter pontas redondas, planas, curvas, triangulares, mas o objetivo é sempre o mesmo: segurar algo sem o toque direto da mão.
Nos hospitais, assumem-se como uma extensão das mãos dos cirurgiões, mas também dos obstetras e parteiras, não fossem os fórceps também pinças com um formato mais arredondado para ajudar os bebés a nascer.
Mas, como em tudo na vida, há sempre um lado mais negro da história para contar. Durante séculos e séculos, as pinças foram objetos de tortura de escravos e fizeram parte da lista de instrumentos dos carrascos durante a Inquisição. Eram usadas a frio ou em estado incandescente com o objetivo de provocar dores fortíssimas e graves mutilações no corpo ou para extrair unhas e pedaços de carne, a troco de confissões impiedosas.
