A pauta nasceu na Idade Média para registar os sons dos cantos gregorianos. Mas é também fonte de suores frios na sala de aula.
É orientação pura e dura. A pauta guia os músicos, a pauta auxilia os mais pequenos na aventura da escrita, a pauta publicita as notas dos alunos e, no Brasil, a pauta é também o conjunto ordenado de temas a apresentar num jornal, o chamado alinhamento editorial. Pauta é, por isso, um substantivo que pauta o contexto e que, no caso da música, têm mais história do que se lhe diga.
A pauta musical é a primeira que surge assim que pensamos em pauta. Nem todos a sabem ler, muito menos escrever, mas sempre podem conhecer as suas origens. Surgiu na Idade Média como meio para registar os sons do canto gregoriano, que antes atravessava gerações e gerações através da memória dos monges. No início, usava-se apenas uma linha, mas foi aperfeiçoada por Guido D’Arezzo. Este monge italiano, chamado o pai da música, batizou as notas musicais com os nomes que hoje conhecemos (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si), baseando-se num texto sagrado em latim. Guido inventou também as pautas com quatro linhas (tetragrama), que posteriormente, no século XV, evoluíram para as cinco linhas (pentagrama), a configuração usada ainda hoje.
São também estas linhas paralelas, desenhadas sobre folhas brancas, que auxiliam os mais pequenos quando se iniciam na tarefa da escrita, ainda que o uso do original caderno pautado esteja a cair em desuso. Além da musical, a outra pauta capaz de criar emoções fortes e suores frios é a das classificações escolares. Tem o poder de ditar vitórias, roubar sonhos e traçar destinos. Porque a pauta da vida move-se em notas altas e baixas.