Passaportes de vacinação, via verde para os imunes

Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Já há países a adotar os passaportes de vacinação para libertar os turistas das quarentenas. A Comissão Europeia está a preparar um documento que atesta se o detentor já foi vacinado, esteve infetado ou tem um teste negativo recente para a covid-19. Portugal aproveita a boleia, mas o tema é controverso.

Discriminação é calcanhar de Aquiles
O principal argumento dos que estão contra o passaporte de vacinação é a discriminação daqueles que não foram vacinados por razões que lhes são alheias, seja porque não há vacinas, seja porque não estão nos grupos prioritários ou porque não podem ser inoculados por questões de saúde. Há ainda quem receie que estes certificados tornem a vacinação indiretamente obrigatória porque todos querem ter liberdade.

Não dá 100% de segurança
Tendo em conta a falta de evidência sobre a eficácia das vacinas a evitar a transmissão do vírus – foram testadas para evitar o desenvolvimento da covid-19 -, outra questão que se levanta é saber até que ponto estes documentos garantem que os seus detentores não transmitem a doença.

Acesso a eventos
O certificado de imunidade não será usado apenas para viagens internacionais. O mais expectável é que se torne um requisito para aceder a eventos de massa ou a espaços públicos.

“O livre-trânsito digital deverá facilitar a vida dos europeus. O objetivo é permitir-lhes deslocarem-se gradualmente em segurança na União Europeia ou no estrangeiro por motivos de trabalho ou para turismo”
Ursula von der Leyen
Presidente da Comissão Europeia

Há países onde já valem
Estónia, Ilhas Seychelles, Geórgia, Roménia, Islândia e Polónia estão a levantar as restrições aos estrangeiros com certificado de vacinação. As regras variam, mas no geral quem faz prova das duas tomas da vacina não tem de cumprir quarentena. Portugal quer avançar para este livre-trânsito digital, mas numa solução integrada na União Europeia.

3
meses, pelo menos, serão necessários para fazer o trabalho técnico para o documento digital, admite a Comissão Europeia. Ou seja, a correr bem, estará concluído no início de junho.