
Cinco anos depois dos “Panama Papers”, eis os “Pandora Papers”. O princípio mantém-se: desnudar o universo dos paraísos fiscais, os negócios escondidos e as fortunas offshore de centenas de figuras mundiais. Da lista constam três portugueses.
Do que se trata
De uma investigação jornalística a partir de documentos confidenciais de 14 escritórios de advogados, especializados na abertura de empresas offshore em países como Panamá, Ilhas Virgens Britânicas e Bahamas. O escrutínio, conduzido por mais de 600 jornalistas de 150 órgãos de comunicação social, permitiu revelar registos referentes a mais de cinco décadas que ajudam a reconstruir quem, onde e para que foram criadas as offshores.
11,9 milhões
O número de documentos que está na origem da mais recente investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), o mesmo que esteve por trás dos “Luanda Leaks” e dos “Panama Papers”.
“Quem põe dinheiros nas offshores está a fugir à lei e está a roubar o país (…). É de elementar justiça que empresas com ligações às offshores não tenham direito a acesso a fundos públicos”
Catarina Martins
Coordenadora do Bloco de Esquerda
Blair, Guardiola, Shakira
Do leque de envolvidos constam o rei Abdallah II da Jordânia, o primeiro-ministro da República Checa, Andrej Babis, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, o treinador de futebol Pep Guardiola, a cantora Shakira ou a antiga modelo Claudia Schiffer.
Três portugueses visados
Segundo o “Expresso”, que integra o ICIJ, da lista vermelha constam ainda Nuno Morais Sarmento, atual vice-presidente do PSD e antigo ministro nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, Vitalino Canas, deputado socialista entre 2002 e 2019, secretário de Estado nos governos de António Guterres e porta-voz do PS durante a era Sócrates, e Manuel Pinho, ex-ministro da Economia entre 2005 e 2009 e ex-administrador do BES.