Susana Romana

Os “Pandora Papers”, a terceira dose e as redes sociais em baixo

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Cinco anos após a investigação dos “Panama Papers”, surgiram agora os “Pandora Papers”. São 11,9 milhões de documentos sobre dinheiro escondido em offshores. Pelo nome, achei que eram sobre pessoas que estouram guita em berloques foleiros para pulseiras demasiado caras -, o que, parecendo que não, também é grave.

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A verdade é que nem sequer tivemos ainda tempo de analisar os primeiros Papers desta saga, aqueles com nome de chapéu de turista alemão: os Panamá. Esperava-se uma hecatombe de consequências, mas na verdade tenho mais eu chatices com o meu gerente de conta do que teve esta gente que vai ao multibanco nas ilhas Caimão.

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Entre os nomes que surgiram na investigação dos “Pandora Papers” estão pelo menos três portugueses: Nuno Morais Sarmento, Vitalino Canas e Manuel Pinho. Todos eles esclareceram que estão muito orgulhosos por estarem na mesma lista que a Shakira e o Guardiola, a levar mais longe o nome de Portugal.

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Manuel Pinho, não sei se estão recordados, foi aquele ministro que foi despedido por fazer uns cornichos na Assembleia da República. E, pelos vistos, onde se mete os dedos indicadores continua a ser mais grave do que onde se mete o dinheiro.

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Na semana passada as redes sociais estiveram em baixo durante 6 horas. Várias pessoas disseram depois “que bom, devia ser sempre assim, fiz ioga, vi passarinhos, as redes sociais têm peçonha”. E disseram onde? No Facebook e no Instagram, meio segundo depois de terem voltado, claro.

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A riqueza pessoal do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, caiu mais de seis mil milhões de dólares durante o apagão, fazendo-o descer uma posição na lista dos mais ricos do Mundo. Coitado, ainda por cima mesmo na altura em que acabam as moratórias. Espero que sobre dinheiro para o passe.

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A partir de ontem, os maiores de 65 já podem começar a ser vacinados com a terceira dose contra a covid-19. Quem fizer tudo direitinho ganha um pedaço do Globo de Ouro que ofereceram ao vice-almirante.

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A escolaridade obrigatória vai ser alargada e a médio prazo vai começar aos três anos. É uma proposta da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza. Acho bem, até porque há muita gente que escreve e lê ao nível de uma criança de três anos. Só lhes falta assinar com um lápis de cera.