Os cem anos do PCP em cartazes

É uma história feita de suor e de resistência, de força e de luta. Muitas lutas. Em nome dos trabalhadores e do povo. O partido da foice e do martelo faz cem anos de vida. Cem anos de palavras e slogans que cimentam um percurso assente na união, na liberdade, na democracia.

A 6 de março de 1921 nascia o Partido Comunista Português na sede da Associação dos Empregados de Escritório, em Lisboa. A assembleia reuniu e elegeu José Carlos Rates, marinheiro e operário, secretário da Associação dos Trabalhadores das Fábricas de Conservas de Setúbal, secretário-geral. O PCP faz cem anos. Cem anos de lutas. O movimento operário, o sindicalismo revolucionário, a consciência social e política, os ventos da Revolução de Outubro, na Rússia, foram os motores maiores da constituição do partido. “Logo na sua fundação em 1921, o primeiro e principal compromisso foi com os trabalhadores e com o povo português, assumindo o ideal e o projeto de libertação da exploração do homem pelo homem”, recorda Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, à “Notícias Magazine”.

“O Comunista”, o primeiro jornal do PCP, viu a luz do dia a 16 de outubro de 1921 e lá estão as bases, os alicerces. “O sindicalismo não foi mais do que uma nova modalidade de luta resultante de novas condições impostas pelo industrialismo à classe operária. Os teóricos revolucionários procuraram então um campo de ação mais vasto nas massas trabalhadoras e arquitetaram as suas novas conceções de reorganização da sociedade”, lê-se. “O Comunista” é publicado, semanalmente, até 6 de novembro de 1926. A 5 de fevereiro de 1931, surgia o primeiro número do “Avante!”.

A história do PCP é feita a pulso. “Uma história e um percurso duros como punhos, mas fascinantes!”, enfatiza Jerónimo de Sousa. A luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. A luta contra o fascismo, contra a ditadura, a luta pela liberdade. A reforma agrária, a luta contra o colonialismo, as lutas estudantis, as lutas dos camponeses, greves e manifestações, a clandestinidade nos tempos da ditadura, prisões e fugas, torturas e mortes, Álvaro Cunhal, e a alegria de Abril. “Não há avanço ou conquista que não tenha contado com a ação e luta do PCP. De que é exemplo o ato e processo da revolução de Abril, ato e processo mais avançado da nossa história contemporânea”, sublinha o dirigente comunista.

Força, liberdade, democracia, trabalho, honestidade. Palavras que se estampam em cartazes que se colam pelo país com os ideais do partido e que mostram que é preciso sair à rua falar de direitos. “Em cem anos, o Mundo mudou muito. Mas não mudou a natureza da exploração capitalista. Um Mundo onde grandes perigos convivem com grandes potencialidades resultantes da luta e de resistência dos povos.” O secretário-geral olha em frente. “O PCP, pelo seu papel insubstituível na sociedade portuguesa, pela sua natureza, identidade e projeto, cumprindo o seu papel, hoje como ontem, tem razão para afirmar que o futuro tem partido”, garante.

As comemorações do centenário do PCP arrancam a 6 de março com cem ações pelo país. Jerónimo de Sousa estará no Rossio, em Lisboa. A celebração continua até 6 de março de 2022 com várias iniciativas, debates, ações temáticas, exposições, um livro, um documentário, e a festa do Avante. A luta continua. Sempre.