Só neste ano, o preço da gasolina subiu mais de 30 cêntimos por litro, enquanto o do gasóleo cresceu mais de 29 cêntimos. Entre o valor do barril de petróleo e a carga fiscal... afinal, a culpa parece morrer solteira.
2021 ultrapassa anos de protestos
Com os sucessivos aumentos deste ano, se aplicada a inflação, os preços dos combustíveis estão idênticos ou até mais altos do que em anos de protestos. Como em 2008, quando centenas de camiões ocuparam as principais estradas, quase bloqueando o país. Ou em 2011. Certo é que voltamos aos valores de 2012, ano em que o barril de petróleo chegou aos 110 euros. Agora, custa cerca de 70 euros.
Sexta gasolina mais cara da UE
Portugal tem a sexta gasolina mais cara da União Europeia e ocupa a sétima posição no diesel. É a carga fiscal que nos coloca entre os países com custos mais elevados para abastecer o depósito. Os impostos no nosso país pesam 59% na gasolina e 53% no gasóleo, incluindo ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos) e IVA.
“Por muito que nos custe, os combustíveis fósseis vão aumentar o preço nos próximos anos”
Pedro Siza Vieira
Ministro da Economia
Setores afetados
O aumento não impacta só a vida dos cidadãos. Também está a afetar as exportações, já que 60% são feitas por via rodoviária. Neste campo, o setor da metalurgia e da metalomecânia é um dos mais afetados. Os agricultores também enfrentam dificuldades para fazer chegar o produto a preços competitivos aos supermercados.
O Governo pode intervir?
O Governo, que rejeita responsabilizar os impostos neste aumento e até antecipa a subida da taxa de carbono, fez aprovar uma lei que lhe permite fixar margens máximas de comercialização dos combustíveis, para travar subidas injustificadas.