Molheira: foi a “nouvelle cuisine” que a pôs na mesa

A utilização da molheira remonta à corte francesa do século XVII. Ainda é usada para servir à mesa, mas também para decoração.

Recipiente alongado, a fazer lembrar um barco, a molheira continua a cumprir com requinte a sua função – servir molhos durante as refeições – ou, se a antiguidade e origem lhe valerem, é convidada a decorar louceiros, nichos e mesas como peça ornamental. A utilização deste utensílio, frequentemente apoiado num prato para onde escorrem as pingas do molho, remonta à corte francesa do século XVII, com a introdução da “nouvelle cuisine”. Em 1690, já há relatos de molheiras de prata com duas alças ou dois bicos, colocadas nas mesas para acompanhar os novos pratos franceses que deram asas a uma gastronomia minimalista e requintada e que fizeram furor na Europa.

A influência francesa rapidamente alastrou a Inglaterra, onde no século XVIII as molheiras foram copiadas em prata inglesa e, mais tarde, em porcelana. Ao longo dos anos, a elaborada ornamentação das peças em porcelana foi sendo simplificada à medida que a moda impunha aumentos de produção.

Atualmente, os serviços de mesa incluem molheiras a condizer com os pratos, mas há marcas, como a “Vista Alegre”, que investem nesta peça e disponibilizam uma grande variedade de modelos, sendo alguns procurados por colecionadores e para decoração.

As molheiras mais antigas, em prata e em porcelana, ainda hoje se encontram em antiquários. Os modelos de porcelana chinesa ou da famosa “Companhia das Índias” podem custar centenas de euros.