“Mais jovem” pode muito bem ser o seu nome do meio. O recém-sagrado campeão mundial de Fórmula 1 tem apenas 24 anos. “Com Verstappen há a sensação de que o céu é o limite”, ouve-se nos paddocks.
Um piloto puro. Gostava de ser lembrado assim, o recém-sagrado campeão do Mundo de Fórmula 1, o novíssimo Max Verstappen, e o mais certo é o “circo” fazer-lhe a vontade. Desde logo, tem pedigree. O holandês nascido na Bélgica é filho, neto e sobrinho de profissionais apaixonados do desporto motorizado. O pai, Jos Verstappen, disputou oito temporadas de Fórmula 1; a mãe, a veloz Sophie-Marie Kumpen, correu em kart; Paul Kumpen, o avô, competiu em provas de endurance, e o tio, Anthony Kumpen, participou em corridas do FIA GT e nas 24 Horas de Le Mans.
Max cresceu nos paddocks e disputou uma corrida de kart aos quatro anos. “Mais jovem” pode muito bem ser o seu nome do meio: o mais jovem a testar um carro da Fórmula 1 (17 anos), o mais jovem a correr na Fórmula 1 (17 anos), o mais jovem a vencer uma prova (18 anos), o mais jovem a fazer a melhor volta (19 anos), o mais jovem a fazer o Grand Chelem (23 anos) – quando um piloto faz a pole-position, consegue a melhor volta e vence a prova liderando de ponta a ponta. Ou seja, uma corrida perfeita. Max está entre os cinco mais jovens vencedores do Mundial, quinteto de luxo do qual faz também parte Lewis Hamilton, peso-pesado a quem roubou agora o título, em Abu Dhabi, após uma prova disputada mesmo até à linha da meta. Verstappen, “talento imenso”, de acordo com a imprensa especializada, depressa foi reconhecido. Faltava-lhe, porém, um carro à medida. Quando finalmente lhe colocaram nas mãos uma máquina tão ambiciosa quanto ele, um Red Bull, voou para o primeiro lugar do pódio. O ano de 2021 ficará para a história da modalidade – a corrida do título é um duelo de vida ou morte entre Verstappen e Hamilton – e para o score pessoal do campeão: dez vitórias, dez pole-positions e 18 pódios. Uma festa para os “Orange Army”, nome da claque que acompanha e celebra os feitos do ídolo, com a canção “Super Max”.
A velocidade é um vício. Depois de passar a maior parte do ano em competição, sujeito a enorme desgaste físico e psicológico – “Uma das suas forças é a extraordinária capacidade de aguentar a pressão”, dizem os especialistas -, como relaxará este rapaz de 24 anos? “Correr em buggies. Nas férias, realmente gosto de fazer coisas assim. Karts, por exemplo”, respondeu.
Só o futebol é capaz de o afastar dos motores. Adepto do PSV e do Barcelona, Max Verstappen é exímio em videojogos da FIFA. De acordo com o site de estatísticas FIFA Futwiz, o piloto – “crgboy007” – ficou em 21.º lugar no ranking mundial do FIFA Ultimate Team em janeiro de 2019, alcançando o 31.º lugar no Mundo em agosto de 2018. Chistian Horner, chefe da Red Bull Racing, revelou que Verstappen acumulou 14 horas de jogo durante o fim de semana do GP dos EUA de 2021.
Foi o pai quem lhe explicou, por vezes à bruta, que talento não chega. “Para ele tudo parecia fácil, sentia que não precisa de se esforçar”, justifica o progenitor. A disciplina paterna foi rígida. O filho era “demasiado relaxado”. Jos Verstappen exigia agressividade na pista, uma combinação de energia e bravata, com maturidade. Conjugação difícil num aluno tão jovem. Mesmo assim, M
ax depressa foi além dos genes herdados.
Líder da próxima geração de pilotos da F1, as expectativas estão agora mais altas de que nunca. “Ser capaz de voar. Uma mistura Ironman/Homem-Aranha”, responde quando lhe perguntam que superpoder preferiria. Em certa medida, voa. “Com Verstappen há a sensação de que o céu é o limite”, ouve-se nos paddocks.
Max Emilian Verstappen
Cargo: piloto de Fórmula 1
Nascimento: 30/09/1997 (24 anos)
Nacionalidade: belga e holandesa