Rita Bastos e Manuel Laranjo criaram um mercado online com lojas independentes e produções limitadas. Um projeto idealizado e concretizado na pandemia por um casal que se interessa por histórias empreendedoras.
Não terá sido um acaso, parece que a vida tratou de encaminhá-los para um projeto que lhes estaria destinado. Há meio ano, Rita Bastos estava grávida, tinha pouca roupa para o bebé, tudo fechado por causa da pandemia, andou pelo Instagram, anotou mais de 250 lojas. Manuel Laranjo acompanhava as pesquisas e as compras online com curiosidade e alguma surpresa pela quantidade de oferta espalhada por tanto lado. E fez-se luz.
Em meados de julho, depois de estudar o conceito, o casal de Lisboa abriu o Bou Market, mercado online que concentra numa única plataforma várias marcas. Rita, formada em hotelaria, deixou o emprego na área comercial de uma empresa hoteleira. Manuel largou o trabalho na área de gestão e consultadoria. Tudo fazia sentido.
“Tínhamos uma necessidade que gerou uma oportunidade de criar um negócio interessante”, conta Manuel. Num só site, marcas boutique (daí o batismo) que nasceram em diversos contextos e que se registam ou despertam a atenção do casal. “São marcas especiais com produtos diferenciados”, descreve Rita. Neste momento, o Bou Market tem mais de 310 lojas e mais de 3300 produtos de várias categorias para crianças, futuras mamãs, para todos. Tem bijuteria, joias, peças para oferecer, comida gourmet, artigos de moda e acessórios. De tudo um pouco: vestuário e calçado, anéis e pulseiras, ilustrações e cerâmicas, doces, mel, velas aromáticas.
As histórias por detrás dos projetos são importantíssimas e há tempo para ouvi-las. Rita destaca essa vertente emocional. “Todas as pessoas que contactamos são pessoas com coração enorme, que lutam pelas suas coisas, que fazem o melhor que podem, que vão ao detalhe, que escolhem as embalagens. Gosto muito das histórias que contam a alma de cada projeto, de cada empresa.”
Cerca de 80% das marcas tratam da sua produção e design, mais de 70% não têm site. E todas, sem exceção, são contactadas para que os empreendedores percebam como funciona a plataforma. Sem custos de adesão, liberdade total na escolha dos produtos a vender e preços a aplicar. E toda a ajuda, instruções e explicações, do Bou Market que fica com 17% do valor total da venda. Todo o acompanhamento possível para transformar ideias em negócios, para garantir segurança nas transações, para divulgar o que é feito em tantos lugares.
“Há um espírito de comunidade, de partilha”, adianta Rita. “Existe o sentimento de poder fazer a diferença”, acrescenta Manuel. Um mercado online com personalidade. As lojas gerem o stock e tratam do envio. “O cliente recebe a identidade e o espírito que a marca pretende transmitir”, sublinha Rita. E todos ficam a ganhar.