Lápide, símbolo de luto e de lembrança

A história da lápide perde-se no calendário do tempo, dos séculos que passam

A lápide homenageia quem partiu e celebra factos notáveis, resume a vida e assinala a morte. Um último adeus cravado na pedra.

A origem da palavra ajuda a entender a sua essência. Lápide nasce do latim lápis. O lápis que escreve, que marca, que eterniza, que crava na pedra (ou noutra matéria-prima) uma vida e o seu fim. Ou um facto notável que a Humanidade quer perpetuar. A lápide não é uma pedra fria. É um símbolo da memória contra o esquecimento. E é também uma peça que mostra à sociedade dedicação e esforço de quem se entrega a uma causa.

A placa que simboliza a perda e a dor, que carrega saudades e lembranças, é uma peça de arte funerária colocada numa sepultura. Não é exclusiva de uma crença, é transversal a várias religiões. É uma pedra colocada sobre um túmulo com a data de nascimento e a data da morte, como bilhete de identidade de quem partiu. E nenhuma é igual à outra. Única, irrepetível, pessoal e intransmissível, colocada na última morada. Uma homenagem feita de várias formas e feitios. Com fotografias, inscrições e epitáfios, palavras, frases, orações, citações. Recordação de família, símbolo de despedida aos pés de um corpo enterrado.

A sua história perde-se no calendário do tempo, dos séculos que passam. No ano passado, da América Central, chegou a notícia de que foi encontrada uma lápide com mais de dois mil anos na Guatemala. Uma descoberta importante que poderá fornecer pistas sobre o mistério da escrita dos Maias.

Na origem, lápide é descrita como uma tampa de pedra de um caixão ou a laje colocada sobre uma sepultura. Mas é muito mais do que isso. É a vida e a morte numa placa. Mais simples, mais trabalhadas, com ou sem relevo, mais discretas ou mais exuberantes. De mármore, de granito, de madeira, de ardósia ou xisto, do que se quiser. O importante é o que vem de dentro. O luto e a lembrança reunidos num objeto que, de alguma forma, conta histórias de famílias. As pedras colocadas em sepulturas têm uma componente prática. As lápides são livros abertos para genealogistas e historiadores que investigam origens familiares e percursos de vida. E de morte.