Há mais de nove mil anos as almofadas eram de pedra

Almofada egípcia feita de madeira. Nesta época, tinha um significado religioso

As almofadas têm vários usos, mas são sinónimo de descanso. Porém, nem sempre foi assim. Há mais de nove mil anos eram de pedra.

As mais antigas almofadas remontam a 7000 a.C., na antiga Mesopotâmia. Eram de pedra, pouco confortáveis, mas o propósito da inovação era elevar a cabeça para evitar que os insetos entrassem nos ouvidos e boca. Era um luxo só para os mais ricos. Mais tarde, os egípcios usaram marfim, mármore, cerâmica, madeira e pedra para fazerem almofadas. Está visto que o conforto também não era o objetivo. Para esta civilização, as almofadas tinham um significado religioso e eram colocadas sob a cabeça dos mortos para afastar os maus espíritos.

Na antiga civilização chinesa acreditava-se que a almofada dura trazia saúde e inteligência. Embora tivessem capacidade para fazer almofadas macias, os chineses entendiam que o luxo roubava a energia do corpo e optaram por porcelana, bambu, bronze ou jade. Foram os gregos e os romanos que começaram a usar palha ou penas no enchimento. Porém, mantiveram a ideia de que uma almofada macia podia ser sinal de fraqueza e só as mulheres grávidas podiam usá-las.

A Revolução Industrial veio mudar tudo e a almofada, produzida em grandes quantidades, tornou-se mais acessível. Como produto essencial associado ao descanso, mas também como peça decorativa. Com o avanço da tecnologia, são produzidas com materiais cada vez mais evoluídos em benefício da postura e da cervical. Até espuma (visco elástica) desenvolvida por cientistas para a NASA nos anos 1960 passou a ser usada. O conforto ganhou aos preconceitos. Já ninguém ousa repousar a cabeça sobre pedras!