Há cada vez mais mulheres a falar de futebol nas televisões

Cristiana Alves, 30 anos, é uma das cinco mulheres que integram a editoria de desporto da SIC, em Lisboa (Foto: DR)

São cada vez mais as mulheres que falam de futebol na televisão. O assunto nem devia ser assunto, dizem. Mas é. Porque ainda há um longo caminho a percorrer. Porque apesar das boas experiências a desconfiança ainda paira. Porque ainda há quem ache algumas perguntas demasiado boas “para uma menina”.

Rita Latas, 28 anos, tinha uns dez quando fez da bola caso sério. Lusitano Ginásio Clube, em Évora, futebol de sete, um magote de moços e ela lá pelo meio, única miúda da equipa. A singularidade não a assustava, nunca a deteve, nunca se sentiu um corpo estranho. Dizia até ao pai que havia de ser a primeira mulher a jogar numa seleção de homens. Para os outros não era bem assim, a estranheza andava lá, impregnada na cabeça dos adultos, inculcada na dos miúdos. Num meio pequeno ainda mais. Lembra-se dos comentários dos outros pais. “Como é que uma rapariga é titular”, “porque é que ela está no meio dos rapazes” e outros que tais. O resto conta-lhe o pai. Que no princípio chegava muitas vezes a casa a chorar porque os meninos não lhe passavam a bola. Não haveria de ser sempre assim. Com o tempo, os pais começaram a elogiá-la, os colegas a enturmá-la. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, atira, como lema daqueles primeiros tempos de futebolista.

Haveria de jogar, futsal sobretudo, até aos 23 anos. Entretanto, fez-se jornalista. Na premissa de fazer desporto, pois. Estreou-se n’A Bola TV, saltou para a Sport TV. E aquele lema da meninice a aplicar-se também à vida profissional. A princípio, sentiu “alguma desconfiança”. Passageira. “Como viram que tinha um background ligado ao futebol e que percebia, naturalmente começaram a ver-me como igual. Os colegas ajudaram-me imenso e fui tendo todas as oportunidades.” Reportagens, diretos, pista, conferências de imprensa, flash interviews, jogos mais e menos sonantes, um pouco de tudo. E foi já quando se sentia como peixe na água que o estigma voltou a pairar. Desta vez, alimentado por um protagonista altamente mediático. Estávamos nos últimos dias de novembro do ano passado quando o Benfica foi aos Barreiros vencer o Marítimo por 2-1, numa exibição periclitante. No final, Rita Latas, encarregue da flash, questiona o técnico dos encarnados sobre a qualidade da equipa. Ou a falta dela. Jorge Jesus empertiga-se. “Não tenho a mesma opinião que você. Também é natural, porque você não sabe o que é muita qualidade sobre futebol, mas pronto.” E prosseguiu a análise à partida como se nada fosse. Mas o rastilho da polémica já corria Internet fora, com múltiplas acusações de machismo (posteriormente negadas pelo técnico).

Rita Latas, 28 anos, jogou futebol até aos 23. Em dezembro, tornou-se na primeira mulher a narrar um jogo de futebol da Liga
(Foto: Gerardo Santos/Global Imagens)

Rita ainda hoje não sabe se aquela resposta se deveu ao facto de ser mulher. “Não estava na cabeça dele, as pessoas de cabeça quente reagem de forma menos apropriada, mas também nem sequer pensei mais nisso”, diz. Só pode afirmar com certeza que o género nunca lhe boicotou possíveis oportunidades. A prova é que em dezembro se tornou na primeira mulher (e ainda hoje única) a narrar um jogo de futebol da Liga. Mais concretamente um encontro entre o Belenenses SAD e o Sporting de Braga. A que se seguiram outros. Ou como, também na vida profissional, driblou percalços rumo à afirmação.

Mesmo que haja aspetos em que ser mulher neste meio se continue a revelar ingrato. “Com os adeptos é mais complicado. Se és uma mulher a fazer um direto, inevitavelmente levas com piropos e comentários desagradáveis, por vezes apalpões. Nesse aspeto, a covid foi boa”, brinca. E se, por um lado, reconhece “a evolução muito grande” que tem havido em relação à presença de jornalistas femininas na área do desporto, o progresso ainda está longe de lhe encher as medidas. “É uma evolução que chega muito tarde. Estarmos no século XXI e ainda temos de falar disto é impensável. Ainda há um caminho grande a ser percorrido”, reconhece, bem ciente daquilo que pretende. “Não quero ser conotada como uma mulher que faz jogos, quero ser vista como uma profissional que o faz, independentemente do género.”

“Será que a pergunta é dela?”

Rita é uma das muitas caras novas do jornalismo de desporto na televisão. De há uns anos para cá, também graças ao cabo e ao “boom” dos canais de notícias, têm-se multiplicado. A experiência de Cristiana Alves, 30 anos, jornalista da SIC, ilustra isso mesmo. Na editoria de desporto do canal de Carnaxide, em Lisboa, há cinco mulheres. “Uma delas é a editora, outra a coordenadora dos jornais de desporto. Os dois cargos de chefia são ocupados por mulheres”, salienta. Vem isto a propósito de a portuense garantir que nunca se deparou com qualquer tipo de preconceito. “Nunca senti que fosse uma questão. O máximo que senti foi, numa fase inicial, uma atenção particular ao meu trabalho e às perguntas que fazia, quase uma espécie de avaliação. Mas isso pode ter acontecido simplesmente por ser nova, não necessariamente por ser mulher.” Mesmo com os protagonistas do jogo – jogadores, treinadores, etc. – a experiência pessoal tem sido sempre pautada pelo respeito. “Quando muito, quando fazemos uma pergunta mais técnica, há alguns treinadores, sobretudo os mais velhos, que ficam quase impressionados, com ar de quem está a pensar: ‘Ai que giro que ela percebe disto’.” Mas já ouviu, a propósito de outras colegas, tiradas menos simpáticas. “Comentários do género: ‘Ai que pergunta tão boa para uma menina. Será que a pergunta é dela?’.”

Nascida no seio de uma família boavisteira, Cristiana cresceu rodeada de desporto (e particularmente de futebol) por todos os lados, habituada a acompanhar o pai a estádios pelo país fora. A isso juntava a paixão pela escrita, traduzida desde cedo nos muitos diários que escrevinhava avidamente. Acabou a enveredar pela televisão, muito por culpa de um professor do mestrado que era também jornalista na SIC. O desporto era, claro, ponto de honra. Ainda saiu para a Sport TV, para fazer produção editorial, mas voltaria à casa de partida, onde até já teve oportunidade de cumprir um sonho antigo – o de estar presente na fase final de uma grande competição de futebol de seleções. Aconteceu neste verão, quando cobriu o Euro 2020. O bichinho alojou-se de tal forma que nem de folga desliga a ficha. “Às vezes estou em casa a ver um jogo entre o F. C. Porto e o Benfica e estou a pensar nas perguntas que faria ao Sérgio Conceição e ao Jorge Jesus.”

Quanto ao crescendo do número de rostos femininos na área, recorre a uma experiência na primeira pessoa para ilustrar uma tendência que lhe parece incontornável: “Fui recentemente dar uma aula a uma faculdade e senti o interesse de imensas mulheres no desporto. Acho que a evolução tem sido muito positiva, mas, claro, ainda existe um caminho, como em todas as questões discriminatórias. E aí a educação que temos em casa também tem um papel fundamental. No meu caso, trabalho na área do desporto porque o meu pai sempre me incutiu esse gosto. Temos de acabar com a ideia de que as bonecas são para as meninas e o futebol para os meninos.”

Também Manuel Queiroz, presidente do CNID – Associação de Jornalistas de Desporto, reconhece o longo caminho que falta traçar. “É uma realidade, apesar de tudo, nova. Claro que há mais mulheres que vão aparecendo, mas, e sem ter números disso, diria que 90% dos jornalistas nesta área ainda são homens. Há uma tentativa de integração, muitas vezes com dificuldades. É um caminho que se vai fazendo no futebol, como se tem feito noutras áreas.” Admitindo que as mulheres a fazer desporto podem acrescentar “uma visão diferenciada” e que, mediante o investimento que fizerem no conhecimento da área, podem ser “tão boas ou melhores do que os homens”, Manuel Queiroz, jornalista há 40 anos, entende que ainda estamos num “patamar inferior” face a outros países, visto que “começámos mais tarde” e reconhece a existência de uma certa desconfiança, que ajuda a desconstruir. “Quem apareceu mais cedo com mulheres a fazer futebol na televisão foram os países latinos, a Itália, a Espanha, os países da América do Sul. Na altura, muitas das senhoras que o faziam eram mulheres lindíssimas, mas que pouco sabiam de bola. Penso que isso poderá ajudar a explicar algum estigma que ainda resiste.”

Uma certa dualidade

Inês Gonçalves, 43 anos, nome incontornável do desporto na RTP, também o sentiu. “Às vezes, no início, tinha a sensação que as pessoas não sabiam se eu percebia daquilo. Sem ser uma coisa declarada, diria que há sempre uma maior desconfiança em relação a uma mulher do que a um homem. Um maior cuidado connosco também. Até isso nos deixa perceber que uma mulher é tratada de forma diferente. Há aqui uma certa dualidade como as mulheres são encaradas no mundo do desporto.” Não se pense, por isso, que a pivô tem tido razões de queixa. “Não tenho nenhum episódio de um momento desagradável, sempre me receberam muito bem, nunca senti anticorpos em relação a mim.”

Inês Gonçalves, 43 anos, é um nome incontornável do desporto na RTP
(Foto: Ivan del Val/Global Imagens)

Há uma porrada de anos, quando chegou a altura de escolher o curso, hesitou. De um lado a comunicação, habituada que estava a ler notícias, numa casa onde os jornais nunca faltaram. Do outro o desporto, incutido desde cedo, fosse pelas corridas ou pelos estádios que se habituou a frequentar. Ser jornalista na área do desporto surgiu então como opção óbvia para gozar o melhor dos dois mundos. Estagiou no “Diário de Notícias”, fez comunicação na Associação Nacional de Jovens Empresários, estreou-se em televisão na NTV, posteriormente comprada pela RTP. “Nessa altura já fazia desporto e continuei, nem foi preciso perguntar. Comecei a apresentar logo em 2001, mas nunca quis deixar de fazer reportagem.” Já lá vão 20 anos, portanto. Tempo mais do que suficiente para guardar um sem-fim de grandes recordações. Como o Euro 2004. Ou o programa da Liga dos Campeões, que começou a apresentar em 2006 e a deixou com “as pernas a tremer”. Ou a gala do The Best de 2017, em que Cristiano Ronaldo foi premiado.

Tempo mais do que suficiente também para que a presença das mulheres a cobrir os eventos desportivos se tenha feito rotineira. “Claro que noto essa evolução. Hoje já é perfeitamente normal aparecerem não sei quantas mulheres para fazerem trabalhos em que antes só se viam homens. E os homens que estão do lado de lá já veem isso como algo normal.” Reconhece, no entanto, que não está tudo feito. “Não é só no desporto. A questão da igualdade continua a ser um grande problema da nossa sociedade. A nível salarial, a nível de oportunidades, todos os relatórios dão conta disso.” E especificamente nesta área? Também há terreno por desbravar. “Ver uma mulher a narrar ou a fazer análises de jogos de futebol ainda é uma raridade. Estamos tão habituados a ouvir homens que isso parece-nos algo normal. Mas com certeza existem mulheres que têm essa vontade e não vejo que tenham menos capacidade. Acho que o futuro passa por aí.”

Para a cozinha, dizem

Sofia Oliveira, 28 anos, comentadora de futebol e apresentadora no canal 11, é um desses casos raros. A queda para o desporto acompanha-a desde que se lembra de ser gente. Já o pendor para o futebol ficou-lhe do avô, sportinguista indefetível que lhe transmitiu a mística. De tal forma que, quando lhe surgiu um convite para trabalhar para o jornal do clube, não hesitou em deixar o curso de Jornalismo a meio para aceitar o desafio. Foi já depois de deixar a publicação que se dedicou à vertente mais analítica do jogo. “Tive a sorte de ter várias pessoas que se cruzaram comigo que me mostraram que esse poderia ser o caminho. E acho que essa linha mais analítica foi uma forma saudável de contrabalançar o lado mais clubístico, que de alguma forma acaba por intoxicar.” Lançou-se então num imenso trabalho autodidata. “Fui lendo artigos de análise de vários jogos, percebendo como é que aquilo se desmontava e sobretudo fui vendo muito jogos. Obviamente que no futebol nada é exato, há várias vertentes, várias escolas. Eu optei por seguir uma muito ligada à ideologia do professor Vítor Frade, mas há centenas de conclusões que se podem tirar a propósito de um jogo.”

Sofia Oliveira, 28 anos, é uma das poucas mulheres a comentar futebol em Portugal
(Foto: Rita Chantre/Global Imagens)

Os meses em que esteve sem trabalho, entre a saída do Jornal do Sporting e o ingresso no canal 11, serviram-lhe para aprofundar essa vertente analítica. Para se manter em cena também. “Sabia que queria estar ligada à área e que para isso tinha de me mostrar.” Criou, por isso, um canal no YouTube – o “De cadeirinha” -, que lhe valeu mais de quatro mil subscritores e onde chegou a entrevistar o internacional português Bruno Fernandes. Começou também a escrever para o blogue “Domínio tático”, onde explorava precisamente essa vertente mais analítica. “Foi esse blogue que me deu o ‘boost’ para o canal 11, porque as pessoas que me contactaram conheciam-me por causa desses textos.” E assim integrou a equipa do 11, ainda antes de o canal ir para o ar, em agosto de 2019. Tem desde o arranque um programa dela (o “Futebol a sério”, em que chegou a fazer parelha com o treinador Jesualdo Ferreira) e integra vários painéis de comentadores do canal.

Críticas? Muitas. Via redes sociais, pois. Desde os que a acusam de ser adepta dos vários clubes – “lagarta, lampiã, andrade, já me chamaram de tudo” – aos que lhe perguntam quem são os padrinhos que tem. Há ainda os que lhe chamam fundamentalista (“porque sou muito convicta em relação às minhas ideologias de jogo”). E as clássicas mensagens em que a mandam para a cozinha fazer sandes. Sofia reage com fair-play. “Confesso que vejo aquilo meio na vertical”, comenta, num tom leve e desprendido. “Acho que é importante desmistificar e desconstruir, um bocadinho como os jogadores ingleses que pegaram nos copos que lhes foram atirados pelos adeptos da Hungria e começaram a beber.” E nem sequer acha que o desdém dos internautas se prende com o facto de ser mulher. “A minha opinião é que as pessoas simplesmente querem ofender, criticar. O futebol é um meio muito tóxico, em que a crítica gratuita é fácil. Como sou mulher tentam atacar-me dessa maneira [mandando-a para a cozinha]. Se fosse homem atacariam de outra.”

“Mas o futebol não é dos homens?”

Bem diferente era o panorama quando, na década de 1950, Maria João Duarte, hoje com 91 anos, se tornou na primeira mulher portuguesa a escrever sobre desporto. Pelo menos, assim reza a história. Aconteceu no ano de 1956, quando assinou, para o “Mundo Desportivo”, uma coluna sobre hóquei em patins. “Como gostaram, comecei a escrever para aqui e para ali. Sobre futebol e não só”, recorda Maria João, que foi chefe de redação de publicações como a revista “Donas de Casa” e o semanário “Se7e” e colaboradora regular no “Jornal de Notícias”, em “A Bola” e em “A Capital”. Por estranho que hoje possa parecer, raramente ia aos estádios. Ouvia os jogos na rádio, ou via-os pela televisão, e depois escrevia as crónicas. Pontualmente, também falava com treinadores e jogadores. “Andei sempre muito atenta. Percebia e sabia de tudo.” Algo que causava uma estranheza colossal. “Na altura, uma mulher a falar de futebol não era muito bem visto. No meio em que eu me movia, havia muita gente que achava muito estranho que eu discutisse futebol e escrevesse sobre futebol. Às vezes perguntavam-me: ‘Mas o futebol não é dos homens?’ E eu dizia que se metessem na vida deles”, conta, divertida.

Cláudia Lopes, 49 anos, é a mais experiente entre as mulheres que falam de futebol na televisão
(Foto: DR)

Já Cláudia Lopes, 49 anos, a mais experiente entre as mulheres da televisão que trabalham na área do desporto, nunca precisou de o fazer. É certo que, entre a experiência de uma e de outra se passaram décadas e uma revolução que pôs fim a um regime ditatorial, mas a pivô da TVI garante que nunca se deparou sequer com qualquer comentário menos feliz. “Não sei se por ser assim meia pespineta, por ter um bocadinho de mau feitio, e responder sempre à altura, mas nunca ouvi nenhuma boca. Também acho que nunca dei margem para que não me tratassem bem.” Contrariamente às colegas aqui ouvidas pela “Notícias Magazine”, o desporto saiu-lhe na rifa como que um acaso. “Foi um acidente. Estudei marketing e comunicação, mas na altura achei que se queria trabalhar numa agência tinha de conhecer primeiro uma redação. Fui fazer um estágio de seis meses na RTP e fiquei.” Fez um pouco de tudo até passar pelo desporto e ser desafiada a fazer daquilo vida. “No início, foi um trabalho de preparação hercúlea. Estudei muito e tive muita gente que me ajudou. Quando fui parar ao desporto, com 22 ou 23 anos, era uma garota. As pessoas acharam graça, até porque fui para lá com a leveza de quem vem de outro universo e traz novas abordagens.”

Desde então, foi sempre a queimar etapas rumo ao sucesso. Primeiro, fez reportagem na Volta a Portugal, na mota; depois, colecionou transmissões de modalidades enquanto repórter de pista, começou a gravar pivôs na edição da Gymnaestrada que se realizou em Lisboa em 2003 e, aos poucos, a apresentação foi-se tornando mais regular. Em 2006, quando deixou a RTP e a televisão, já tinha feito “quase tudo o que havia para fazer, em termos de desporto e grandes eventos”. Regressa depois ao pequeno ecrã em 2009, para apresentar o Mais Futebol, onde se mantém até hoje (só com um breve interregno, quando foi diretora de comunicação do Sporting). Destes mais de 20 anos, guarda o respeito generalizado, o carinho de algumas figuras emblemáticas também. “Hoje há tanta mulher a apresentar que já não é notícia, é só uma coisa normal.” Mas não tem dúvidas de que a sociedade em que vivemos ainda está muito longe da igualdade de género. E dá como exemplo a dificuldade que as mulheres enfrentam para conciliarem a vida pessoal e profissional, num mundo em que se espera que estejam “a 100% no trabalho e a 100% na maternidade”. Nada que lhe tire a confiança no pleno sucesso das mulheres nesta área. “As generalizações são sempre injustas, mas os números mostram que nós estudamos mais, tiramos as licenciaturas até ao fim, somos mais aplicadas.” E, meio a sério, meio a brincar, atira um prognóstico risonho. “Em breve as mulheres governarão o Mundo.”