
Considerado um dos instrumentos mais versáteis de sempre, a flauta existe pelo menos há 35 mil anos. E nem a Bíblia a esqueceu.
A notícia foi publicada na prestigiada “Nature”, em 2009´: arqueólogos da Universidade de Tübingen, na Alemanha, descobriram na caverna de Hohle Fels, no sudoeste alemão, restos de flautas com mais de 35 mil anos, promovendo-as à condição de mais antigo instrumento musical artesanal já descoberto. Sabemos hoje que o homem de Neandertal já fabricava diferentes tipos de flautas e que, depois, tanto os romanos como os gregos, ou até os etruscos e os egípcios, tocavam este instrumento. A própria Bíblia inclui, no livro do Génesis, uma referência a Jubal, “pai de todos os que tocam harpa e flauta”. Na verdade, desde muito cedo que o homem começou a fazer furos em canas de bambu para tentar imitar o som dos pássaros. Curiosamente, as primeiras flautas não passavam de apitos, visto que tinham apenas um orifício. Além do bambu, também os ossos de animal e as cascas de árvore eram usadas para o efeito.
E o nome shakuachi, diz-lhe alguma coisa? Trata-se de uma invenção dos japoneses que era simultaneamente uma flauta e uma arma de combate. De resto, se até à Idade Média a flauta vertical foi mais utilizada do que a transversal, a segunda ganhou peso nos séculos XVII e XVIII com a evolução do período barroco e as exigências crescentes em relação às melhorias nos instrumentos de madeira.
Quem também teve tudo que ver com esta história foi um flautista alemão chamado Theobald Boehm, que, no ano de 1847, inventou o sistema moderno da flauta transversal, com a introdução de chaves no instrumento. Quanto à flauta vertical, ainda hoje se aprende em tudo o que é escola. Ou a história de uma longevidade invejável.
