Publicidade Continue a leitura a seguir

Faca: afiada desde a pré-história

Antigamente, a faca era símbolo de status, peça de alto requinte exibida pelos nobres (Foto: Pexels)

Publicidade Continue a leitura a seguir

O faraó egípcio Tutankhamon foi enterrado com a sua faca. O primeiro talher da Humanidade era símbolo de status antes de cair nos faqueiros das cozinhas.

É preciso recuar milhares de anos, ao período pré-histórico Paleolítico, que não é à toa conhecido como a Idade da Pedra Lascada, para percebermos a origem da faca. Foram os nossos antepassados que aprenderam a lascar as rochas para torná-las afiadas para cortar alimentos e para caçar, instrumento de sobrevivência. Mas as primeiras facas de metal, mais ou menos como hoje as conhecemos, só viriam a surgir na Idade do Bronze com a técnica da fundição. Na guerra de materiais, mesmo sendo mais suscetível à corrosão, o bronze ganhou à pedra, por ter um formato mais fino e afiado. Logo depois, apareceram as facas de ferro pelas mãos dos celtas. E foi já no século XVI que o aço passou a ser o queridinho dos fabricantes.

Mas voltando atrás, o mais antigo dos talheres – que também servia para levar os alimentos à boca – era tão importante na Antiguidade que muita gente pedia para ser enterrada com a sua faca. Muitas delas, luxuosamente decoradas, carregadas de pedras preciosas. Basta ver que, em 2016, investigadores desencantaram uma adaga dourada no sarcófago do mítico faraó egípcio Tutankhamon.

E não é preciso ir tão longe. Se recuássemos à Idade Média e fôssemos convidados para um almoço, teríamos que levar a nossa própria faca. Os anfitriões só ofereciam os pratos e travessas. E a faca era símbolo de status, peça de alto requinte exibida pelos nobres. Lá se foi democratizando, da nobreza ao povo, com a explosão das cutelarias. E é então que surgem as arredondadas, com um só lado da lâmina afiado. Foi o rei Luís XIV que baniu as pontiagudas para baixar a violência no reino. Decisivo para separar as águas da faca de mesa à utilizada como arma. Do aço inoxidável à cerâmica, dos cabos em madeira à porcelana, dos faqueiros ao fabrico em série, o resto da história faz-se à mesa.

O punhal descoberto no túmulo de Tutankhamon