Essenza, um edifício que respira o Parque da Cidade

Um dos desafios impostos pelo projeto foi a dimensão das habitações

Desenhado pelo ateliê liderado por Manuel Ventura, o Essenza inspira-se numa localização privilegiada na cidade do Porto. Um projeto de luxo que já soma várias distinções internacionais.

Entre o verde do Parque da Cidade e o intrincado urbano do Porto, e com o mar ali ao lado, ergue-se um edifício de linhas contemporâneas e fluidas, num contraste entre os tons da Natureza e o branco e dourado da fachada. O Essenza afirma-se como um empreendimento de luxo, a nível tecnológico e de acabamentos, e é o resultado de uma série de exigências e particularidades que influenciaram a forma como Manuel Ventura concebeu o edifício. “Quando há a oportunidade de fazer um projeto numa localização especial, somos influenciados por isso”, admite o arquiteto líder do ateliê responsável pelo desenho da obra.

“Neste terreno em particular, havia uma dificuldade: pelo lado poente há um parque fantástico, mas para o lado nascente o edifico está logo em cima da rua.” Esta dicotomia de paisagem na frente e traseira do edifício impôs-se, desde logo, como um desafio e acabaria por moldar grande parte do trabalho. A solução foi utilizar um traçado fora da “linha direita”, principalmente marcado nas varandas salientes na fachada. “Provoca a sensação de o edifício se ir mexendo ao longo das horas do dia”, explica Manuel Ventura.

Os materiais escolhidos foram também influenciados pela localização e pela opção de linhas fluidas. Pretendia-se “um material de revestimento que permitisse fazer a expressão de movimento” e o betão foi a escolha perfeita, segundo o arquiteto. O branco do material “coaduna-se pelo contraste com o verde da vegetação”. Para conferir o aspeto luxuoso exigido no projeto, “no piso térreo é introduzido um material mais delicado, o alumínio dourado, que lhe dá requinte”.

Outro dos desafios impostos pelo projeto foi a dimensão das habitações. Os 25 apartamentos “muito grandes”, acima da dimensão média, 16 deles com piscina, obrigaram o desenho a adaptar-se, motivaram”soluções diferentes” e a expressão da criatividade.

O resultado é um edifício que já soma várias distinções internacionais: prata no Grands Prix du Design, segundo lugar no Architect of the Year Awards do The Architecture Community e vencedor de ouro dos Prémios Lusófonos de Arquitetura e Design de Interiores. É agora finalista do World Architecture Festival, a realizar em Lisboa no final do ano. O festival, um dos mais importantes na área, conta com 292 projetos finalistas de 47 países. Reconhecimentos do trabalho desenvolvido pelo ateliê que Manuel Ventura valoriza: “Quer dizer que estamos no caminho correto”.