Ainda hoje o feito é recordado na ilha de Tanegashima. Arma de fogo de cano longo substituiu o mosquete e foi evoluindo ao longo dos séculos.
A espingarda substituiu o mosquete e tornou-se a principal arma pessoal dos exércitos a partir do final do século XVII. Ao longo dos tempos, esta arma de cano longo e alma lisa sofreu várias evoluções e foi sendo adotada a ritmos diferentes nos quatro cantos do Mundo: a espingarda de pederneira ou fuzil cujo mecanismo de disparo era o fecho de pederneira foi a primeira a surgir; depois vieram as espingardas de percussão com um sistema de disparo mais seguro e, posteriormente, as espingardas de ferrolho, com carregamento facilitado pela culatra. Seguiram-se as espingardas de repetição com ferrolho, as mais usadas pelos soldados nas primeira e segunda guerras mundiais. Ainda no século passado, surgem as espingardas semiautomáticas, de carregamento imediato após o disparo, e as automáticas, que disparam de rajada vários tiros.
Do outro lado do Mundo, a história da espingarda cruza-se com a história de Portugal e ainda hoje esse momento é recordado com simbolismo. Em 1545, os portugueses introduziram a espingarda no Japão, alterando significativamente a forma de combater naquele país e pondo fim a anos e anos de guerras. Naquele ano, um navio de portugueses procurou abrigo de uma tempestade na ilha de Tanegashima. Foi nessa altura que a arma foi apresentada à população e acabaria por receber o nome daquela ilha do sul do Japão. Só mais tarde, a espingarda passaria a chamar-se teppo entre os nativos. A introdução da espingarda no Japão foi de tal forma marcante que é recordada todos os anos, em julho, no Festival da Espingarda (Teppo Matsuri) em Tanegashima, um evento que faz jus à memória dos navegadores portugueses.