Escolhas da jornalista Teresa Nicolau: três altares

Teresa Nicolau é jornalista

Escolhas culturais da jornalista Teresa Nicolau.

Margaret Atwood

Tenho por hábito criar espaços em casa que são “sagrados”. A metáfora é aqui utilizada para decorar o profundo agradecimento a pessoas como a escritora canadiana Margaret Atwood. Os livros estão juntos, arrumados em lugar bem visível, à vista de cada minuto que dediquei a ler a sua obra. Fechado e sem som, o primeiro confinamento teve a leitura como ponto de fuga, ou de sonho. “Os testamentos” é livro intenso, recado digno e feroz para uma humanidade que precisa de acordar.

Chet Baker

São como cartas de amor cantadas ao ouvido. Em cada frase de Chet Baker há um gesto provocado, provocador, que a mente não consegue evitar no corpo. As baladas são solitárias, sempre na toada daquele trompete “sagrado” que ilumina o armário dos discos de vinil. À vista. Sempre ao lado de uma flor.

Dançar

A recuperação do corpo, a noção de que existe para lá da jornada. Dançar é mais do que uma obsessão, é um prazer recuperado na sombra das paredes fechadas, das luzes cerradas. Um disco que soa. E uma rua que por ali passa. Dino D’Santiago é um grande companheiro nestes dias e sempre em volume descuidado. A “Nova Lisboa” soa a novas esperanças. Refazer o Mundo. Prometer a alegria.