A depilação a laser em centros de estética é tendência consolidada. Surgem agora as depiladoras de luz pulsada de uso doméstico. São eficazes? Há riscos?
A depilação a laser ou a luz intensa pulsada (IPL) em centros de estética há muito que ganhou espaço na vida das mulheres e até dos homens. Por ser definitiva, e literalmente eliminar o pelo pela raiz, não é difícil perceber porquê. Mas as depiladoras de uso doméstico também entraram nesta equação e começaram a encher as prateleiras das lojas. De um lado, o conforto da depilação sem sair de casa e o preço que compensa a longo prazo. Por outro, a necessidade de maior frequência e o facto de levar mais tempo a garantir resultados.
A Philips foi pioneira no lançamento para o mercado doméstico de depiladoras com IPL, a tecnologia que reduz o crescimento dos pelos ao aplicar impulsos de luz no folículo capilar. Lançou a primeira Lumea há mais de dez anos. Segundo Paulo Carriço, da Philips Portugal, a máquina adapta a tecnologia usada em centros de estética profissionais para o uso seguro em casa. “O sistema de segurança da Lumea garante que a luz é disparada apenas quando o acessório toca a pele por completo. Com o filtro UV, a luz afeta somente o pelo e não a pele.”
A tecnologia tem ainda um sensor de tom de pele, que sugere um nível de intensidade para cada zona do corpo. E a marca assegura ser eficiente e segura em pelos louros escuros, castanhos e pretos e em tons de pele muito claros a castanho-escuro. Não o é em pelos loiros, ruivos e brancos, nem em peles escuras. Por isso, Carriço avisa que “quanto maior for o contraste entre a cor do pelo e o tom de pele, mais eficaz é” o tratamento.
As grandes vantagens são a conveniência – em casa e à hora que quisermos – e o custo, poder ser usada ao longo de anos e por mais do que uma pessoa, o que acaba por compensar. No caso da Philips Lumea, há até uma aplicação para telemóvel, para personalizar o tratamento, criar uma agenda ou ler conselhos. A regularidade necessária é que é maior. Os primeiros tratamentos devem ser feitos de duas em duas semanas e depois pode passar para de quatro em quatro ou de oito em oito, para manutenção d os resultados. “Reduz até 92% dos pelos em três tratamentos e garante seis meses sem pelos após 12 tratamentos”, promete Paulo Carriço.
E há mais marcas a comercializar este tipo de depiladoras, como a Braun e a Xiaomi. A desvantagem? “Não se pode esperar o mesmo resultado, nem num curto intervalo de tempo, de um procedimento realizado com equipamento médico ou de um aparelho portátil para uso doméstico”, diz Andreia Mendes, diretora técnica das clínicas D’epiderme. Não só a potência é menor, como a luz pulsada, mesmo usada em contexto profissional, não tem os mesmos resultados do que o laser alexandrite ou díodo. “O laser é composto por uma luz monocromática unidirecional, o que se traduz em maior precisão do feixe de luz e em menos sessões. A luz pulsada é policromática, que se dispersa e tem um menor comprimento de onda, o que implica mais sessões até se obter resultados.”
A responsável ressalva que os resultados com laser são visíveis em meia dúzia de sessões ou menos, que são realizadas apenas de dois em dois meses. E aponta “o tempo que se leva a fazer a depilação a si próprio em casa, nomeadamente pernas que são áreas extensas”. Deixa ainda o alerta: qualquer equipamento, mesmo de uso doméstico, pode acarretar complicações. “Importa considerar o histórico clínico a fim de prevenir reações alérgicas ou queimaduras.” As marcas de depiladoras domésticas fazem sempre essas recomendações no manual do utilizador.