Do dente de tubarão ao inventor que é sinónimo de barbear

Os irmãos americanos Kampfe desenvolveram a navalha em “T”

Desde a Pré-História que o homem apara a barba com utensílios que foram evoluindo. A inovação segue e ainda há negócio à espreita.

Conchas afiadas, pedras lascadas e dentes de tubarão terão sido os primeiros utensílios usados pelo homem para aparar a barba. Depois vieram as navalhas utilizadas por gregos e romanos que perduraram durante séculos. Com o tempo, foram sendo aperfeiçoadas, tornando-se cada vez mais afiadas e duradouras, mas sempre perigosas em mãos pouco hábeis. Em 1770, o francês Jean Jacques Perret, um artífice da cutelaria, desenvolveu o que se pode chamar o primeiro aparelho de barbear da História. Encaixou uma barra de madeira numa lâmina, colocando-o no ângulo certo para não cortar a pele do rosto. Era para ser usada pelo próprio e assinalava o início do “faça você mesmo”.

Mais de um século depois, os irmãos americanos Kampfe desenvolveram a navalha em “T”, com um novo mecanismo capaz de proteger a pele de cortes indesejáveis.

Mas a verdadeira revolução ocorreu em 1901 quando o caixeiro viajante King Camp Gillette criou o aparelho de barbear descartável. Tal inovação libertou os homens das idas frequentes ao barbeiro, ao afiador ou do ritual de afiar as lâminas de barbear. O sucesso foi estrondoso e a marca ganhou tanta projeção que se apoderou do nome do utensílio e ainda hoje milhões de pessoas chamam Gillette ao aparelho de barbear.

Nos anos 30, surgiram as primeiras máquinas de barbear elétricas. Tiveram muitos adeptos, continuam a vender-se, mas nunca destronaram as manuais. Por cá, uma startup do Porto acaba de lançar um aparelho de barbear com garantia vitalícia e lâminas a preços muito abaixo do mercado. Apesar de ser um negócio com barbas, é só para quem tem barba rija.