Cronologia do conflito israelo-palestiniano

Mais de cem rockets lançados pelo Hamas sobre Jerusalém mataram pelo menos duas pessoas

O conflito israelo-palestiniano é uma história sem-fim, uma guerra que se arrasta há séculos. Israel ocupa áreas habitadas por palestinianos e a violência Escalou com as ameaças de despejo de famílias do bairro de Sheik Jarrah, em Jerusalém oriental.

1947

29 de novembro – A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova a Resolução 181 sobre a repartição da Palestina, então sob mandato britânico, e a criação de dois estados, um judeu e um árabe. Jerusalém teria estatuto internacional. Solução rejeitada pelos países árabes.

1948

14 de maio – Estado de Israel é fundado, numa parte da Palestina sob ocupação britânica desde 1920.

15 maio – Exércitos árabes entram em guerra contra o novo Estado, que vence. Entre 800 mil e um milhão de palestinianos são forçados ao exílio.

1967

5 de junho – Israel desencadeia a designada “Guerra dos Seis Dias” e assume o controlo de Jerusalém Leste, da Cisjordânia, de Gaza, do planalto sírio dos Golã e do Sinai egípcio.

1972

5 de setembro – Um grupo terrorista palestino sequestra 11 atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanha. O tiroteio com a polícia deixa todos mortos. O evento ficou conhecido como Massacre de Munique.

1974

22 de novembro – A Assembleia Geral da ONU reconhece o direito dos palestinianos à autodeterminação e à independência. E concede o estatuto de observador à Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

1978

5 de setembro – O presidente egípcio Anwar Al Sadat e o primeiro-ministro israelita Menachem Begin concluem os acordos de Camp David, que levam no ano seguinte à assinatura do primeiro tratado de paz israelo-árabe, que devolve o Sinai ao país árabe.

1982

6 de junho – As tropas israelitas invadem o Líbano. A OLP de Yasser Arafat abandona o país. Em setembro, milícias cristãs libanesas pró-israelitas massacram a população nos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila em Beirute. Israel ocupa o sul do Líbano até 2000.

1987

9 de dezembro – Início da “guerra das pedras” na Cisjordânia e em Gaza, a primeira Intifada, nome popular dado à revolta dos palestinianos contra a ocupação israelita.

1988

15 de novembro – Proclamação de um “Estado palestiniano independente” em Argel. Foram aceites as resoluções 242 e 338 da ONU que pede a retirada israelita dos territórios ocupados em 1967 e uma solução negociada israelo-palestiniana.

1993

13 de setembro – Israel e a OLP assinam em Washington, sob o olhar do então presidente americano, Bill Clinton, os acordos de Oslo sobre a autonomia palestiniana, assinalados por um aperto de mão histórico entre Yasser Arafat e o primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin.

1994

1 de julho – Yasser Arafat regressa a Gaza e a Jericó, após 27 anos de exílio, e forma a Autoridade Palestiniana (AP). Dois anos depois, em janeiro, Arafat e a Fatah – organização política militar da OLP – vencem as primeiras eleições presidenciais e legislativas para a AP.

2000

27 de setembro – Na sequência do falhanço de negociações israelo-palestinianas, inicia-se a segunda Intifada. O exército israelita reocupa as principais cidades da Cisjordânia e em março de 2002 lança a mais vasta ofensiva neste território palestiniano desde 1967.

2002

12 de março – Resolução 1397 do Conselho de Segurança da ONU menciona, pela primeira vez, um Estado palestiniano.

24 de junho – Roteiro para a Paz, de George W. Bush, o primeiro presidente dos EUA a defender a criação de um Estado da Palestina. Não sai do papel.

2003

30 de abril – Publicado ‘road map’ para criar Estado da Palestina até 2005.

4 de junho – Na cimeira de Aqaba, Ariel Sharon, primeiro-ministro israelita, e o novo primeiro-ministro palestiniano, Mahmoud Abbas, ratificam o ‘road map’, lançando o plano de paz para a região.

2005

15 de setembro – Israel retira-se da Faixa de Gaza, o que chegou a ser visto como uma vitória da resistência palestiniana. Israel impõe um bloqueio após o movimento islamita Hamas, grupo extremista, assumir o controlo político deste enclave palestiniano.

2010

8 de outubro – Mahmoud Abbas apresenta à ONU alternativas às negociações israelo-palestinianas, que estão bloqueadas. Em 2007, israelitas e palestinianos tinham-se comprometido a alcançar um acordo até ao fim de 2008, o que não aconteceu.

2012

29 de novembro – A Assembleia Geral das Nações Unidas aprova por maioria absoluta uma resolução que eleva o estatuto da Palestina para Estado observador não-membro. A resolução obteve 138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções.

2014

8 de julho – Israel lança a operação “Fronteira Protetora” para acabar com o lançamento de rockets por parte do Hamas. Esta guerra, a mais devastadora no enclave desde 2008, provoca 2 251 mortos do lado palestiniano, sobretudo civis, e 74 mortos israelitas, na maioria soldados.

2017

20 de junho – Israel inicia a construção de um novo colonato na Cisjordânia, o primeiro em 25 anos.

6 de dezembro – O presidente dos EUA, Donald Trump, reconhece Jerusalém como capital de Israel, desencadeando fortes protestos entre palestinianos e reprovação internacional.

2018

14 de maio – EUA transferem embaixada de Telavive para Jerusalém. Nos protestos, morrem 52 palestinianos.

9 de agosto – Hamas dispara 180 rockets. Israel responde com 150 bombardeamentos, que causam três mortos.

2019

5 de maio – Novos disparos de rockets a partir da Faixa de Gaza e bombardeamentos
israelitas causam 25 mortos, quatro civis israelitas e 21 palestinianos. As vítimas mortais incluem duas mulheres grávidas, uma bebé de 14 meses e uma criança.

2020

29 de janeiro – EUA divulgam a sua solução para o conflito. A euforia dos israelitas contrasta com a rejeição dos palestinianos.

13 de agosto – Israel e Emirados Árabes Unidos acordam manter relações diplomáticas.

2021

10 de maio – Escalada da tensão entre os dois estados, após a investida israelita contra milhares de palestinianos na mesquita Al-Aqsa. Há ataques mútuos: 200 mortos (59 crianças) e mais de 1 300 feridos do lado dos árabes e dez mortos e 560 feridos do lado israelita.