Norte-americana que inventou o espanador abriu portas para outras mulheres reclamarem direitos sobre as suas invenções
Um cabo e umas penas na ponta, primeiro de peru, mais tarde de avestruz. Concebido para remover o pó das superfícies delicadas, o espanador foi criado nos Estados Unidos, mas carrega uma história mais áspera do que as penas macias que o envolvem.
Este utensílio de limpeza nasceu em 1874, pela mão de Susan Hibbard, do Wisconsin. A criadora registou a patente no mesmo ano, mas teve de lutar pela sua ideia, travando uma dura batalha judicial contra o seu marido para conseguir os direitos da invenção. Ao fim de cinco anos, o tribunal acabou por dar-lhe razão. A decisão serviu de exemplo para que outras mulheres reclamassem as patentes das suas invenções, numa época em que os homens dominavam enquanto inventores, cientistas e engenheiros.
Poucos anos depois, em 1903, aparecem, em Joanesburgo, os espanadores de penas de avestruz sul-africanos. Harry S. Beckner, um missionário e gerente de uma fábrica de vassouras encontrou nas penas de avestruz a ferramenta certa para limpar as máquinas da fábrica. Os primeiros espanadores de pena de avestruz eram enrolados em cabos de vassoura e só mais tarde foram aperfeiçoados. Dez anos depois, Harry e o irmão George abrem, em Massachusetts, a primeira empresa de espanadores de penas de avestruz dos Estados Unidos. Ainda hoje estas são as penas de eleição dos espanadores. As pretas vêm do macho, são mais macias e também mais caras. As cinzentas são mais rígidas e costumam ser vendidas em supermercados.