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CR7, Medina e a polémica entre Costa e Marcelo

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Rubrica "Partida, largada, fugida", por Susana Romana.

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Ora, sábado foi o Portugal-Alemanha, não é verdade? Que jogo tão aborrecido/emocionante/desolador/vitorioso/obtuso (tenho de vos pedir que risquem o que não interessa, porque entreguei esta crónica vários dias antes do jogo. Considerem esta uma experiência interativa, uma espécie de nada aguardado regresso de jogos como o FarmVille #plantarcouvesnomeiocampo).

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Quarta-feira vamos jogar com a França, campeã do Mundo, que por certo se quer vingar da final do Euro 2016. Mas suspeito que, tal como noutras sagas, a sequela vai ser pior do que o original. Até porque diz que a traça que pousou na cara do Ronaldo pediu um cachê escandaloso para voltar.

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E Medina foi o protagonista do pior filme de espionagem de sempre. Em causa, o facto de a Câmara de Lisboa ter oferecido à Rússia os dados pessoais de ativistas a residir em Portugal. Alegadamente, foi só um erro administrativo causado por uma lei desatualizada. Estão a imaginar este filme do James Bond? “O Espião Que Veio do Morninho”? “Licença Para Chibar (O Alexei Mora Ali Para Os Lados Do Areeiro)”? “Morre (Politicamente) Noutro Dia”?

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A polémica foi desvalorizada por Costa, que tinha a sua própria controvérsia a decorrer: andou com Marcelo naquela troca de bocas dos casais que estão juntos há muito tempo. Tudo porque não estão de acordo sobre o desconfinamento nem sobre quem tem a última palavra sobre o mesmo. “Deixas sempre o desconfinamento todo molhado em cima da cama”, “não puxaste o desconfinamento quando foste à casa de banho”, “não tiraste o desconfinamento do congelador como eu te pedi e agora não temos jantar”, etc.

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A mesma DGS recomenda agora testes à covid em casamentos, batizados e eventos familiares com mais de dez pessoas. Acho que até pode ser incorporado na diversão do evento. Ter uma cascata de zaragatoas em vez de camarão. A noiva atirar uma zaragatoa para as solteiras apanharem. Fazer o bebé chorar não porque levou com água na tola mas porque levou com uma zaragatoa na sua narina diminuta….

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Não foram retiradas conclusões dos eventos-piloto na área da Cultura, organizados pelo Governo e DGS. Um “problema informático” com os dados dos espectadores impediu saber se houve casos de infeção após os eventos, que era o objetivo do teste. Ou seja: este ano não há festivais porque alguém perdeu uma pen com tabelas. A Cultura em Portugal já foi estropiada de tantas maneiras que só faltava mesmo a Morte Por Excel.

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De acordo com o estudo “Os valores dos portugueses”, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, só 37% dos portugueses rejeitam um líder autoritário. Há quem culpe as fraquezas da democracia ou o crescimento da extrema-direita. Eu culpo as “50 Sombras de Grey”. Ter um mauzão sociopata a mandar só pode ser fetiche.

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A Segurança Social transferiu 788 mil euros por engano para a conta de um beneficiário de subsídio de desemprego. O cidadão alertou as entidades e o montante está bloqueado, não podendo sequer ser devolvido à SS. Mas, mesmo assim, viu-se obrigado a responder por alegado crime de abuso de confiança e branqueamento de capitais. Nas contas com o Estado, o cidadão é sempre, mas sempre culpado – mesmo quando claramente não o é. São sempre 11 contra 11 e no final ganha o Ministério.