Tendências para o outono-inverno de 2022/2023 foram apresentadas recentemente em Paris. Estação abre a porta a cores energéticas.
Tecidos confortáveis e sustentáveis, de toque macio e sensação acolhedora. É com a conjugação dessas variáveis que se vestirá o outono-inverno de 2022/2023. A estação vai ainda abrir a porta a cores energéticas, com um leque de tons que inclui laranjas, rosas e roxos. Esses segredos, que ditam o futuro da moda, foram desvendados recentemente na capital francesa, numa das maiores feiras internacionais de referência do setor têxtil, a Première Vision Paris. O certame realiza-se duas vezes por ano. E é onde são ditadas as tendências de primavera-verão e outono-inverno.
“As pessoas têm necessidade de se manter seguras e confortáveis e isso também se consegue em termos de materiais e dos próprios acabamentos, mas a cor vai dar energia. No entanto, temos também a combinação de cores escuras e neutras. Há ainda uma grande apetência por cores naturais. É quase uma estação em que se brinca com a cor, a textura e o acabamento”, explica Teresa Pereira, designer e membro do comité internacional de concertação da Première Vision Paris pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve).
Teresa Pereira representa Portugal no comité onde se sentam apenas mais oito países: França, Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Japão e Brasil. Para cada estação, há duas reuniões de concertação. “Numa primeira fase, fica decidida a paleta de cores da Première Vision. A segunda concertação, em que Japão e Brasil já não estão presentes, é dedicada aos materiais. Nós, os representantes, levamos amostras das empresas de cada país e ainda há empresas convidadas pela Première Vision para apresentar materiais”, detalha Teresa Pereira, admitindo que o contexto social e económico também tem influência na definição de conceitos.
Aliás, num mundo cada vez mais voltado para o Planeta, a sustentabilidade assume-se como uma das apostas do setor. “A sustentabilidade não é mais um conceito abstrato, mas uma realidade na moda”, assume Teresa Pereira. Em Portugal, essa estratégia é trabalhada pelas empresas há já várias estações.
“A sustentabilidade não passa só por fibras sustentáveis, mas também por uma responsabilidade social. Isso vai desde as fibras naturais ou recicladas aos tingimentos naturais, com uma redução de produtos químicos e uma menor utilização de energia e de água”, pormenoriza a designer.
