Como Manuel Heitor deixou a classe médica em polvorosa

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Uma entrevista dada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em que propôs uma formação diferenciada para os médicos de família - dando como exemplo o Reino Unido - e a abertura de mais cursos de Medicina, deixou-o no olho do furacão.

“Não podemos deixar que o ministro ache que agora a Medicina pode ser completamente espartilhada”
Miguel Guimarães
Bastonário da Ordem dos Médicos

“É totalmente inaceitável e desrespeitosa a forma como o ministro desvalorizou a formação e a qualidade dos médicos especialistas em medicina geral e familiar”
Fórum Médico

“Para formar um médico de família experiente não é preciso, se calhar, ter o mesmo nível, a mesma duração de formação, que um especialista em oncologia ou um especialista em doenças mentais”
Manuel Heitor
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

“Não aceitamos que se fale em ter uma espécie de hierarquia entre especialidades médicas, como se umas fossem mais importantes do que outras”
Nuno Jacinto
Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

“É completamente incorreto descrever a formação em medicina familiar no Reino Unido como menos exigente do que no caso de outras especialidades médicas”
Samira Anane
Associação Médica Britânica

“Espero chegarmos a 2023 com a possibilidade, ou as oportunidades, de virmos a ter três novas escolas de ensino da Medicina, nomeadamente em Aveiro, Vila Real e na Universidade de Évora”
Manuel Heitor
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

“A formação médica em Portugal não passa por novas escolas ou aumento de vagas, porque isso não vai contribuir em nada para resolver o problema da suposta falta de médicos (…). Só podemos compreender como algum desconhecimento sobre aquilo que é a educação médica”
Fausto Pinto
Presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas

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O número de cursos de Medicina existentes em Portugal. O último a ser aprovado (setembro do ano passado) foi o da Universidade Católica, que arranca nesta segunda-feira, dia 13, com um custo de propinas superior a 17 mil euros anuais.