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Coador: primeiro os insetos, depois as folhas de chá

Fotos: Freepik

Este objeto só entra na curva descendente já no princípio do século XX

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Popularizado durante o século XIX, o coador acabou por ser preterido à custa de um equívoco. Há quem lhe continue a ser fiel, ainda assim.

Atualmente, quando pensamos em chá, mais depressa nos vem à cabeça as múltiplas caixas de saquetas vendidas nos supermercados do que o pequeno objeto que se coloca por cima das chávenas para que as folhas não passem. Mas, durante séculos a fio, o coador (primeiro em bambu, depois em aço inoxidável, prata de lei, porcelana, etc.) era objeto imprescindível para os amantes desta bebida. Tanto que os primeiros registos remontam logo ao primeiro século d.C., mais concretamente à dinastia Tang, na China. Já nesta altura era usado pelos monges budistas, então com o objetivo de evitar que os insetos fossem parar às chávenas.

Já se quisermos situar o momento em que o coador passou a cumprir o propósito que hoje lhe conhecemos temos de viajar até ao século XVII. E a culpa é em parte dos mercadores holandeses, que fizeram as folhas de chá chinesas chegar ao resto do Mundo. Daí até o chá se tornar a bebida preferida dos britânicos e o hábito ser transportado para as colónias inglesas na América foi um pequeno passo. E com a fama do chá, veio, pois, uma crescente popularidade do coador.

Este objeto só entra na curva descendente já no princípio do século XX, quando Thomas Sullivan, um comerciante de chá, decide enviar amostras em pequenos sacos de seda. Ironicamente, os clientes não perceberam que a ideia seria abrir os sacos para retirar as folhas, limitando-se a colocá-las dentro de água e a aquecer tudo. Ou como um mero equívoco revolucionou para sempre a forma de fazer chá. Há boas notícias para o coador, ainda assim: juram os grandes entusiastas desta bebida que as folhas continuam a garantir uma melhor (e mais saborosa) experiência.