Censos, retrato do país feito à distância

Francisco Lima, presidente do Instituto Nacional de Estatística

Quase 160 anos depois do primeiro recenseamento da população, os Censos entram na era digital. As perguntas que vão permitir conhecer melhor as características do país são para responder pela Internet, mas há exceções previstas para quem não tem ou não sabe lidar com as novas tecnologias.

Quando começa e como participar
Desde o dia 5 de abril que estão a ser depositadas nas caixas de correio as cartas do Instituto Nacional de Estatística (INE) com os códigos para responder às perguntas através da internet. São quatro passos simples: aceda a censos2021.ine.pt; digite o código e a password indicados na carta e preencha os questionários. No final, selecione “Entregar” e o sistema irá devolver-lhe uma mensagem que comprova a entrega. A participação nos Censos 2021 é obrigatória e gratuita e as respostas devem ser dadas entre 19 de abril e 3 de maio.

Exceções para quem não usa internet
Quem não tem condições para responder pela Internet tem várias opções: pedir ajuda a familiares ou amigos, dirigir-se à respetiva junta de freguesia com a carta que recebeu do INE, ligar para a linha de apoio (210 54 20 21) ou aguardar pela visita do recenseador. Quem não tomar nenhuma das três primeiras iniciativas, será contactado pelo recenseador a partir de maio.

“Os Censos com resposta eletrónica era já, sem dúvida, a opção estratégica do INE. Neste momento de saúde pública tão excecional […], responder pela Internet revela-se ainda mais importante”
Francisco Lima
Presidente do Instituto Nacional de Estatística

Para que servem e o que há de novo?
Os Censos são o retrato do país. Realizados de dez em dez anos, abrangem todo o território nacional, população e alojamentos de habitação. A informação obtida serve de base para estudos, para o planeamento do país e para a definição de medidas políticas que vão ao encontro das necessidades da população. A ideia é conhecer para agir. O questionário deste ano divide-se em quatro áreas: edifício, alojamento, agregado doméstico e indivíduo. Foram retiradas questões sobre os materiais usados no revestimento do edifício, o sistema de águas residuais e a fonte de energia usada no aquecimento e acrescentadas outras sobre os anos de residência no alojamento, o apoio ao arrendamento e migração.

16
mil pessoas estão envolvidas na operação Censos 2021, das quais 11 mil são recenseadores recrutados recentemente. Todos assinaram termos de confidencialidade sobre a informação recolhida.

4,2
milhões de “habitantes de facto” residiam em Portugal em 1864, ano do primeiro recenseamento geral da população. Em 2011, data do último Censos, o país contava 10 562 170 residentes.