Carlos Moisés: “Não aprecio a deselegância e altivez mascaradas de frontalidade”

Vocalista dos Quinta do Bill estreia-se a solo com o álbum “Moisés - primeiro solo”, lançado em setembro, que conta com um inédito de José Mário Branco. Carlos Moisés vive em Tomar e foi fotografado em Gaia

O "Espelho Meu" do músico Carlos Moisés.

Vejo bem

  1. Gosto de ser perfeccionista mas, por vezes, leva-me à exaustão. Este meu disco a solo já podia ter saído há muito mas quis limar arestas e prolongou-se demasiado.
  2. Gosto de pessoas afáveis, aprecio a cordialidade e a solidariedade.
  3. Sou sonhador, sonho muito com viagens que ainda não realizei. Necessito constantemente de criar. Quando me sinto mais em baixo, vou compor um esboço de uma canção, mesmo que seja para ficar na prateleira.
  4. Gosto da estrada, de conhecer lugares, pessoas e culturas. Um concerto é sempre uma celebração de vida.
  5. Prezo a dignidade da vida humana, a urgência da preservação do meio ambiente. Continua a incomodar-me a exploração, os conflitos, as guerras, a fome, e sinto a responsabilidade de agir através das canções.

Vejo mal…

  1. Vejo mesmo mal desde miúdo, associado a um daltonismo que me limita em tarefas triviais, como escolher roupa.
  2. Gosto de elogios, mas nem sempre reajo bem a uma crítica. Não aprecio a deselegância e altivez mascaradas de frontalidade.
  3. Tenho momentos de preguiça que me afligem, mas, quando quero atingir um objetivo, sou capaz de ter períodos de trabalho exaustivo até concluir as tarefas.
  4. Tanto sou confiante relativamente às minhas capacidades como extremamente inseguro, mas sorrio sempre perante os que dizem que tudo sabem e raramente se enganam.
  5. Incomoda-me continuar a ver Portugal como um país de baixos salários e bens essenciais a preços proibitivos.

Músico
59 anos