É a mais recente polémica a pairar sobre as Forças Armadas (FA). Militares portugueses serviram-se das missões de paz da ONU na República Centro-Africana (RCA) para montar um esquema internacional de tráfico de diamantes, ouro e droga que rendeu cerca de 1,5 milhões de euros.
O esquema
1. Aviões das FA traziam, da RCA para Portugal, a mercadoria ilícita. Os diamantes eram colocados em tubos de acondicionamento de charutos, que seguiam nas malas onde os militares guardavam as roupas e os objetos pessoais.
2. A mercadoria ia depois para Antuérpia (Bélgica), centro nevrálgico da indústria do diamante europeu, em carros particulares.
3. Dinheiro dos diamantes de sangue (pedras preciosas extraídas em zonas de guerra) era branqueado através de contas portuguesas que serviam para comprar moeda digital.
“Embora não possamos garantir a plena integridade ética de cada membro das Forças Armadas, podemos garantir a integridade ética das Forças Armadas”
João Gomes Cravinho
Ministro da Defesa
“Não tive conhecimento”
Depois das polémicas com o processo de Tancos e a suposta substituição do chefe do Estado-Maior da Armada, a Defesa volta a estar envolta numa controvérsia institucional. Marcelo Rebelo de Sousa afirmou publicamente que o Governo não o informou sobre o caso, com António Costa a responder que ele próprio também não tinha sido informado pelo ministro da Defesa.
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O número de detidos, todos comandos ou ex-comandos, na sequência da Operação Miríade, conduzida pela Polícia Judiciária. Dois deles ficaram em prisão preventiva.