Webcam: do longe se faz bastante perto

Um estudo da Microsoft prevê que o uso dos sistemas de videoconferência será cada vez mais frequente, sobretudo a nível empresarial

O momento é de afastamento, assim impõe a pandemia que vai assustando o Mundo, obrigando a que os afetos físicos sejam trocados por longínquas demonstrações de carinho. Não fossem os diferentes aparelhos de videoconferência e, certamente, o contacto distante com os que nos são mais queridos seria bem mais complicado. WhatsApp, Skype e Facebook são algumas das plataformas que permitem chamadas de imagem e voz. Os antepassados destas ferramentas são bem anteriores ao século XXI que atravessamos.

Na Alemanha da década de 1930, quando Adolf Hitler tomava o pulso ao poder, começaram os ensaios para aquilo que anos mais tarde viria a ser batizado de videoconferência. O responsável foi um engenheiro germânico de seu nome Georg Oskar Schubert, que ao serviço da empresa Siemens desenvolveu processos de transmissão de imagens em alta frequência e, sob as ordens do regime nazi, foi aperfeiçoando o conceito. Os primeiros sistemas que permitiam áudio e visualização simultâneos foram produzidos por Schubert para os serviços de correio do III Reich, os Deutsche Reichspost, de forma a facilitar as comunicações entre as várias cidades alemãs. Foram mesmo criados os “Fernsehsprechstellen”, postos específicos onde os cidadãos podiam usar este inovador método.

Após a II Guerra Mundial (1939-1945), outros países, como os Estados Unidos ou o Japão, desenvolveram máquinas do género. Foi preciso esperar pela década de 1960 para que o mercado fosse surpreendido pelo Picturephone, idealizado pela Bell, que permitia uma chamada telefónica acompanhada por vídeo em tempo real, transmitida através de um pequeno monitor. Apesar do aspeto futurista, o modelo acabou por ser um enorme flop de vendas. No entanto, o Picturephone serviu de base para que mais tarde, sobretudo a partir dos anos 1980, fossem lançados aparelhos de videoconferência de qualidade superior e mais acessíveis, utilizados, sobretudo, por empresas.

Com o surgimento da internet, vieram saltos de qualidade. E até os computadores pessoais, portáteis ou não, passaram a incluir no pacote uma câmara e um microfone de definição elevada, facilitando as comunicações. Os telemóveis seguiram o exemplo e levaram a ideia ainda mais adiante no que diz respeito a portabilidade. Na palma da mão.

A videoconferência já navega no futuro

Um estudo da Microsoft prevê que o uso dos sistemas de videoconferência será cada vez mais frequente, sobretudo a nível empresarial. Várias marcas estão a desenvolver sistemas que facilitam esse recurso, nomeadamente através de soluções que permitam mobilidade máxima. Uma delas passa pelo utilizador poder estar ligado através de um sistema de vídeo alojado numa “cloud”, não necessitando de qualquer suporte físico. Estão também a ser desenvolvidos ecrãs em 8K e aparelhos que permitem identificação facial. Isto para além de os fabricantes apostarem em modelos que permitem aumentar o número de participantes em simultâneo sem que a qualidade da videochamada fique comprometida.