Uma peça de roupa, várias combinações

Para Alexandra Ferreira, criadora da Mïa-Mô, “a sustentabilidade é muito importante”. “Comprar menos e usar mais”, diz

Mïa-Mô é uma marca de vestuário 100% portuguesa e 100% versátil, a partir de tecidos excedentes de outras produções. O foco está apontado ao empoderamento da mulher.

Desde miúda que Alexandra Ferreira, natural de Penafiel, é apaixonada por moda. Licenciou-se em Turismo na Universidade do Algarve, tirou o mestrado em Gestão de Eventos no Estoril, queria ser relações públicas. Esteve ligada à joalharia e à organização de eventos e, nas viagens de trabalho, a mala ia a abarrotar com roupa para cada ocasião. O ideal seria transportar poucas peças que se dessem a múltiplas conjugações. Desse desejo nasceu a Mïa-Mô que soa a “me amo” e “meu amor”, dependendo da entoação. Um projeto tornado realidade, apresentado há um ano no showroom Brand-Up do Portugal Fashion.

É uma marca feminina que pensa no empoderamento da mulher, na sua força e confiança. As peças são versáteis. Não são datadas e podem ser usadas praticamente todo o ano. Um vestido permite, por exemplo, 15 combinações apenas com um corpete, uma saia, um folho. “Todas as peças se encaixam umas nas outras e permitem conjugar com o que existe em casa, rentabilizando o que se tem no armário”, adianta. Seja uma camisa branca ou uma camisola preta.

Há vestidos, saias, corpetes, calças, macacões, blusas, camisas. Há também um casaco especial, azul-celeste, que pode ser usado curto, comprido, como impermeável ou corta-vento. Quando chove, surgem pequenas andorinhas no tecido, como por magia que a tecnologia permite.

Confeção à medida de cada cliente, produção manual, e amiga do ambiente. Os tecidos são excedentes de outras produções, excessos de stocks, panos reciclados. Reaproveita-se o que existe. “A sustentabilidade é muito importante. Comprar menos e usar mais.”

Os modelos são clássicos, as cores variam entre o vermelho, o azul, o branco e o preto. “São peças atemporais e únicas e isso faz a diferença.” Alexandra Ferreira faz os protótipos. “Sou muito exigente com a qualidade e os acabamentos.” Tem sido uma aprendizagem diária, admite.

A nova coleção é inspirada nas lutadoras de boxe e no wrestling feminino. Há uma peça com carapuço que lembra a capa da Super-Mulher e que, evidentemente, pode ser usada de diversas formas. Alexandra Ferreira coordena ainda ações de formação gratuitas em imagem pessoal e comunicação, na lógica de trabalhar de dentro para fora, e sessões de styling online.

A Mïa-Mô tem presença exclusivamente digital, está em algumas lojas virtuais e plataformas online. As peças custam entre 99 e 199 euros, exceto o casaco das andorinhas, que está à venda por 379 euros.