Uma multinacional de biotecnologia e uma universidade lusa criaram álcool-gel com um ingrediente extraído da cana-de-açúcar. Hidrata, combate o vírus, tem validação científica.
A pandemia alterou hábitos e encheu o mercado de produtos que querem estar na linha da frente do combate ao vírus. Uma multinacional e um centro de investigação juntaram conhecimento, delinearam o projeto HandCare Covid19, criaram desinfetantes à base de álcool com um ingrediente natural extraído da cana-de-açúcar. Ou seja, o esqualano que faz parte da composição do sebo da pele e evita a secura, a desidratação, dermatites e alergias.
Desinfetar as mãos tornou-se prática diária por força das circunstâncias e regras estabelecidas. A Amyris, líder em ciência e tecnologia na produção de ingredientes sustentáveis para o mercado de cosmética, saúde e bem-estar, em parceria com o CBQF – Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica do Porto, apresenta uma linha com o Hand Sanitizers (HS), que combate o vírus, e o Pipette Hand Sanitizer, para mães e bebés.
Miguel Barbosa, presidente da Amyris Portugal, destaca o valor acrescentado do novo gel, a eficácia da desinfeção, a hidratação da pele. “A inclusão do esqualano na formulação do HS diferencia fortemente o produto pela forma superior como cuida e hidrata as mãos. É um produto altamente compatível com o nosso sistema cutâneo.”
Cada material deve demonstrar cientificamente o seu valor. É o caso. “O consumo em massa destes produtos tem vantagens, sobretudo na desinfeção das mãos, mas em excesso pode trazer efeitos adversos”, avisa Manuela Pintado, diretora do CBQF e coordenadora científica desta colaboração. Daí todo o cuidado na pesquisa, não só para garantir a eficácia como para proteger a saúde das mãos. A microbiota da pele não é alterada, a hidratação assegurada.
O equilíbrio é importante. Raquel Madureira, investigadora no CBQF, responsável pelo projeto, conta que vários itens foram avaliados e que o HS é eficaz contra vírus, agentes patogénicos, bactérias multirresistentes. A formulação do novo produto, sublinha, “salvaguarda a camada lipídica que protege a superfície da pele e restaura a própria flexibilidade da epiderme”.
Viscosidade no ponto, textura agradável, secagem rápida. Miguel Barbosa realça que se trata de um produto que “deixa a pele macia como um creme de mãos de primeira linha”.
Quatro semanas para idealizar, conceber, implementar e lançar o produto, em que 15% da produção foi doada a entidades como o Hospital São João e o Infarmed. Em outubro estará acessível ao consumidor online e em prateleira.